Ushuaia, também chamada de “Fim do Mundo”, fica no extremo sul da América do Sul, na Patagônia Argentina.
Deixamos El Chaltén num voo da Aerolineas Argentinas e o inesperado aconteceu. Desembarcamos do avião embaixo de uma nevasca das boas.
Corremos para o Albergue Los Cormorones e deixamos nossas coisas. No mesmo taxi, seguimos de imediato para o Glaciar Martial, para aproveitar toda aquela neve. Pegamos o teleférico e subimos até o abrigo e de lá seguimos andando neve adentro. Sabíamos que aquele clima era incomum nesta época do ano (março). Começamos com o pé direito. Vejam abaixo:
Nosso apartamento era o mais alto do albergue, que já fica na parte alta, e com vista para toda Ushuaia. O que não sabíamos era que não tinha aquecimento. O privilégio das amplas janelas de vidro contrastava com a pouca calefação. Dormimos agasalhados, embaixo dos edredons e agarrados. Já a cerveja não precisou de muito tempo para ficar no ponto. Falando do Albergue, fora a questão do frio intenso de nosso quarto, nada temos a reclamar. Café da manhã incluído, todas as dicas e informações à mão, equipe muito cordial e atenciosa.
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No dia seguinte, fomos conhecer a Estância Harborton. O passeio começou por Van. Fomos até o Paso Garibaldi para fotos. Após 1:30h de trilhas e explicações históricas sobre a Estância, pegamos o Catamarã Canoeiro, para visita a ilha dos Pinguins e a ilha dos Lobos.
Não nos foi permitido descer na ilha. Julgamos muito correto, como forma de preservar a tranquilidade dos pinguins.
A viagem de retorno a Ushuaia foi de 70km por mar. Somente a tripulação e a Gleidys (minha esposa) não passaram mal. O mar estava muito batido e o vento congelante. Se for encarar, tome um remédio para enjoo, 30 minutos antes.
O anoitecer à bordo nos trouxe lindas imagens.
No dia seguinte, saímos para um passeio de veleiro pelo canal de Beagle. Este canal banha a cidade, faz divisa entre o Chile e a Argentina e ainda promove o encontro entre os oceanos Atlântico e Pacífico. O passeio passa pela Ilha dos Lobos Marinho, a Ilha dos Pássaros e o Farol Les Eclaires (Farol do Fim do Mundo), sem desembarque. O desembarque foi na ilha H, pertencente ao arquipélago Thomas Bridge. É uma reserva natural, com solo e flora bem característicos e com muita vida marinha que, pudemos observar durante uma bela caminhada. O passeio no veleiro IF foi muito agradável. O mar estava bem liso e a brisa permitiu uma velejada bem constante.
Ao passar ao lado da ilha dos Lobos Marinhos o cheiro característico do lugar domina o ar.
De manhã fomos conhecer e fazer o percurso na réplica do Trem do Fim do Mundo, ou o Trem dos Presos, como era chamado 100 anos atrás. Partia da prisão de Ushuaia com os presos, até a encosta do Monte Susana para obter diferentes materiais de construção, principalmente lenha, destinada ao abastecimento e calefação do presídio e do povoado, em especial no inverno rigoroso. A ferrovia corta o Vale do Rio Pipo, num percurso de 1 hora aproximadamente. Tarifas, horários e mais detalhes no site oficial El Tren Del Fin Del Mundo.
Caminhar é um de nossos prazeres preferidos. Então, lá fomos nós para algumas horas de trilha pelo Parque Nacional da Terra do Fogo. Distante 11 km da cidade, este parque foi criado em 1960, contando com 63 mil hectares. Andamos por bosques de lengas, rios, lagos, diques de castores,… É a natureza mais austral do continente.
Os diques construídos pelos castores que habitam a região são considerados um grande problema, quando a população destes animais cresce demasiadamente, pela falta de predadores naturais. Estas retenções no curso das águas criam muitos problemas quando desmoronam, em decorrência da pressão da água nas épocas de cheia.
Com nossa viagem chegando ao fim, retornamos à Ushuaia para aproveitar um pouco da cidade.
Depois do frio que passamos sem a calefação no quarto do albergue, entendemos o motivo de muitas casas serem construídas com folhas de zinco. É a forma de captar o calor durante o dia, para refratar durante à noite. Vejam este castelo de zinco abaixo!!
Voltamos ao Glaciar Martial, nosso ponto de partida para outra visita. Desta vez não estava nevando como na chegada. Pudemos então rever a mesma paisagem, agora mais descoberta e não menos bonita.
As coordenadas de todos os lugares que visitamos (Buenos Aires, El Calafate e El Chaltén) nesta viagem podem ser obtidos através deste arquivo.kmz, para abertura pelo Google Earth.
Abaixo, alguns momentos da viagem transformados em filmes. Nessa época (2007) os cartões de memória eram muito pequenos para filmagens e nossa técnica de edição ainda um tanto quanto primária. rssss