outubro/2019 – depois de 3 dias em Lima, voamos Latam para Cusco, agora subindo para os 3800 metros. Reservamos 4 dias para conhecer Cusco e deixamos para subir as Montanhas Coloridas no terceiro, atrás de uma aclimatação melhor, afinal são 5100 metros.
O aeroporto de Cusco é bem pequeno. Como viajamos somente com bagagem de bordo, desenrolamos tudo rapidamente e fomos ao encontro do transfer, já previamente acertado com nosso hotel. Afinal, nada melhor que ver alguém te esperando com um sorriso, na sua chegada.
A primeira impressão que se tem de Cusco é que é uma cidade mono cromática, variando da cor de telha ao marrom fechado. Fruto da intensa presença dos tijolos de adobe nas construções e dos telhados tradicionais com várias águas. Uma composição impressionante.
Nosso hotel em Cusco foi o ótimo Home Garden (garimpado no Booking), distante 600 metros da Plaza de Armas, onde tudo acontece. O deslocamento vertical é de somente 48 metros, mas basta para deixar você ofegante na altitude de Cusco. Contornamos esse efeito “mal de altitude” (soroche), caminhando devagar, fazendo paradas para recuperar o folego e tomando o chá de coca sempre que possível.
Foram 5 diárias de casal ao custo de 140,00 soles (R$170,00) ao dia, com café da manhã. Suíte confortável e atendimento impecável. Destacamos o carinho de Josefina, responsável por fazer todas as nossas vontades durante o café da manhã; a prontidão, atenção e paciência da Yurema em tirar nossas dúvidas, agendar os passeios e ao Fred, que fez, com muito boa vontade, a ponte com os restaurantes e deliveries que pedimos. Aos demais membros da equipe nossos agradecimentos. Foram dias muito agradáveis, embalados pelo carinho e atenção de todos.
Saímos para bater perna por Cusco, aproveitando o resto do dia. Logo de cara encontramos com uma jovem chola (mestiça, índia), lindamente vestida, tendo no colo um filhote de alpaca. A Gleidys não resistiu, é claro.
Fizemos um pouco de câmbio, para ter soles (moeda local) trocados e suficientes para as despesas pequenas. Usamos a casa de Cambio “EDU”, próxima da Plaza de Armas. Não faça câmbio com operadores de rua. Hoje essa atividade é ilegal no Peru. Prefira as lojas estabelecidas, onde você tem segurança e boas taxas.
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É nosso hábito procurar sempre o Mercado Municipal, para conhecer mais da cultura do povo. Seguimos então para o Mercado San Pedro. Tudo a pé, orbitando pelo centro histórico de Cusco. Lugar onde se encontra praticamente de tudo (roupas, grãos, pães, frutas, legumes, carnes salgadas e cruas, sementes, sal, refeições,…) do jeito que o peruano está habituado a comercializar.
Não fotografe as carnes expostas sem refrigeração. Você pode virar tiro ao alvo de ovos e até mesmo de pelancas. Os barraqueiros não gostam que se registre isso. Quem me avisou foi um comerciante de frangos, um pouco depois da foto abaixo. Escapei ileso.
Seguimos passeando pelo centro histórico de Cusco, e onde havia uma índia+alpaca, a foto era certa. A propina (gorjeta) pela foto não deve ser menor que 5 soles (R$7,00), para não ganhar uma cara feia. Somente as índias podem transitar por Cusco com as alpacas ou lhamas. São muito simpáticas, mas não gostam de “mão fechada”.
Na foto ao lado, confesso uma certa inveja em relação ao farto topete dessa alpaca que se dispôs a tirar uma foto comigo.
Onde comprar roupas e lembranças baratas em Cusco? A combinação de uma vendedora simpática e atenciosa, com bons preços e ainda barganha no final, às vezes, é difícil de achar. Mas a Gleidys garimpou até encontrar. Bem em frente da esquina do ponto turístico Pedra dos 12 Ângulos, fica a loja da Luz Clarita, essa simpática vendedora, à direita na foto abaixo. Recomendamos.
A pedra dos 12 ângulos (acima direita) faz parte de um muro INCA. A incrível habilidade dos Incas para trabalhar com pedras ainda é um mistério não desvendado. Seja pelo peso de algumas peças, seja pela união exata entre elas, sem o uso de qualquer recurso para fazer a liga. Essa técnica de encaixe preciso, sem argamassa dá à obra, estabilidade e firmeza suficientes para resistir a terremotos nos seus mais de 500 anos de existência. Por 12 ângulos essa pedra tornou-se ponto turístico em Cusco. Fica na Calle Hatun Rumiyoc, a 200 metros da Plaza de Armas.
Agora vamos falar de passeios turísticos. Primeira providência é comprar o Bilhete General (integral). Custo de 130 soles (R$160,00), com validade de 10 dias consecutivos. Com ele você vai ter acesso a 16 locais. A economia é considerável. Claro que você deve considerar se vai ter tempo para percorrer pelo menos a metade das opções.
Guarde muito bem guardado. Se esquecer ou perder, vai precisar comprar outro. Mesmo que contrate alguma agência de turismo, esse bilhete vai ser solicitado para ingresso nas atrações.
Falando em agência de turismo, queremos alertá-los para o seguinte: antes de decidir por uma agência e contratar os passeios, nós procuramos ler e compilar as indicações de quem já teve experiência em Cusco. Alguns blogs de viagem indicavam a Golden Travel Peru. Fomos lá e fechamos os 4 dias seguintes de passeios. Fizemos somente os 2 primeiros e cancelamos os demais. Motivo: essa agência não possui equipamento próprio (vans ou micro-ônibus), de forma que você é encaixado com outras operadoras e, como você não é cliente direto dessas, fica com a sobra dos lugares e dos veículos, incluindo aí motorista inconsequente, carro velho sem ar- condicionado, atrasos e desconforto.
Dica: pague somente a metade do valor total contratado. Assim você pode cancelar (desde que com antecedência de 1 dia), sem ter que brigar pelo reembolso. Fique de olho nos valores, já que as promoções expostas nos cartazes podem ser mais baratas que as que você vai pagar. Isso aconteceu conosco. Fomos cobrados a mais enquanto o folheto da própria agência oferecia valor inferior.
Qual operadora indicamos? a Inkarry Cusco, sugerida pelo pessoal de nosso hotel. Possui veículos próprios, modernos e confortáveis. Faz parcerias com restaurantes melhor estruturados, reduzindo em muito as chances de surpresas desagradáveis. Vamos então aos passeios de hoje:
City Tour em Cusco – 20 soles (R$25,00) – 5 horas aproximadamente.
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Inicia com a visita a pé ao Qoricancha (Qori = ouro e cancha = espaço fechado), ainda no centro histórico de Cusco. Valor do ingresso 15,00 soles (aqui o bilhete general não serve). Nota-se a mistura, a fusão das culturas Inca e Espanhola. O Templo do Sol para os peruanos foi desfigurado para a construção do convento e igreja de Santo Domingo, uma imposição e demonstração de poder do povo invasor espanhol. Aqui se pode ver mais uma vez, as incríveis estruturas (muros) INCAS, com pedras imensas, passando de algumas toneladas e chegando a atingir mais de 30 ângulos (é o caso de 3 delas). Aqui também se encontra um bloco com 24 ângulos e 6 lados.
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Saqsaywaman (onde o Falcão é saciado) – (uso do bilhete general) construído para ser uma fortaleza Inca. Aqui se observa algumas pedras imensas (350 toneladas), que alimentam o mistério de como foram talhadas e movidas para realizar os encaixes perfeitos nos muros incas. O lugar teria sido uma estrutura religiosa, combinada com características militares. Todo 24 de junho ocorre aqui o festival Inti Raymi, no solstício de inverno. É o culto ao Deus Sol.
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Q´enqo – (labirinto) – (uso do bilhete general) – Neste lugar existem várias galerias subterrâneas, que ligavam a outros complexos arqueológicos. Grande parte dos monumentos em pedra talhados pelos incas fio destruída pelos espanhóis. Aqui também vemos o Intihuatana (local onde o sol está preso). Um observatório astronômico com o fim de calcular a posição solar.
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Puka Pukara – (forte vermelho) – (uso do bilhete general) – são ruínas militares. Fazia parte da defesa do império Inca e do acesso ao Vale Sagrado.
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Tambomachay – (lugar de descanso) – (uso do bilhete general) – mais um sítio arqueológico. Dizem que era destinado ao culto da água, onde o chefe do império pudesse descansar. A estrutura está, aparentemente, construída sobre uma fonte natural já que alimenta continuamente de água cursos, canais e pequenas hidros.
Encerramos o dia com um jantar no restaurante Pachapapa. Muito indicado, mas com preços não populares.
Pedimos um pastel vegetariano de forno (20 soles – R$25,00), muito gostoso e como prato principal a Truta Sagrada (42 soles – R$53,00), também muito saboroso.
No dia seguinte, nosso destino foram as ruínas de PISAC (uso do bilhete general), distante 33 kms de Cusco (60 soles – R$75,00 inclui transporte, guia e almoço)). Um dos mais importantes sítios arqueológicos do Vale Sagrado Inca. Como previsto, Pisac também foi arruinada pelos espanhóis. O que vemos hoje é uma versão reconstruída, que ainda assim mostra a genialidade do povo Inca. Pisac tinha como principal atividade a produção de alimentos nas terraças (degraus de terra), mas também tinha uma importante função militar, na defesa do rio Urubamba.
Os incas eram capazes de identificar os micro climas que haviam nas diversas altitudes das terraças, cultivando aqueles alimentos que mais se adaptavam, desde a base do vale até o alto da montanha.
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E mais uma vez as lhamas e alpacas cruzaram nosso caminho, acompanhadas das sempre lindas e coloridas “cholas”. Logo, a Gleidys não resistiu a mais um registro. Estávamos no mercado de San Blas, a meio caminho entre Cusco e Pisac.
Já era o 3º dia em Cusco (3800 metros), o que nos dava alguma ambientação para subir os 5100 metros das famosas Montanhas Coloridas, ou Montaña de 7 Colores ou Vinicunca. Não fosse o péssimo veículo, sem ar condicionado, que nos fez comer poeira tanto na ida como na volta, o motorista ensandecido e o almoço sofrível, entregues pela Golden Travel Peru, o dia teria sido inesquecível. Mas, como os perrengues fazem parte da vida do turista, ficamos com o que vimos de mais especial, as incríveis montanhas coloridas.
Esse passeio começa com você acordando às 4 horas da manhã. O retorno se dá lá pelas 17 horas. O custo por pessoa é de 90 soles (R$110,00 com café da manhã e almoço incluído). Deslocamento de 3h50min (141kms). O tempo na montanha está dividido em 1h30min de subida e 1hora de descida, mais 30 minutos no cume, lembrando que você está a 5100 metros de altitude. Alguns ficam pelo meio do caminho, outros passam mal com a altitude, mas a maioria chega lá.
Nós usamos a estratégia de alugar 2 cavalos (60 soles – 75,00 cada) para vencer os primeiros 3200 metros de subida e continuamos a pé pelos outros 1800 metros até o cume (subida final). Os números totais são: 5 kms de caminhada com 500 metros de deslocamento vertical. Se você contratou uma agência para fazer o passeio, o guia tem um cilindro de oxigênio para ajudar aqueles que estejam com muita dificuldade.
A caminhada acompanha a vista nevada da Cordilheira dos Andes à sua esquerda. Vá bem agasalhado e leve luvas, toca e chapéu para se proteger do sol. Nós usamos segunda pele, o que nos deixou bem a vontade com relação ao frio. Um bastão de caminhada ajuda bastante. Não precisa levar o seu. Alugue um por 10 soles.
As 7 cores da montanha são obtidas pelas variações da cor do solo, em decorrência dos minerais presentes em sua composição. As fotos veiculadas nas agências e na internet estão bem carregadas na cor. Não é bem assim, pelo menos nessa época do ano. Olhem a foto que abre essa parte do artigo e vejam a verdade abaixo.
Leve seu passaporte para carimbar com o desafio cumprido. O carimbo está disponível no alto da montanha por 5 soles.
E onde tem uma alpaca tem foto com a Gleidys.
Esse é um passeio relativamente novo (2016). Toda essa área que agora está sendo explorada pelo turismo era coberta de neve. Sinal claro de que o planeta está esquentando.
O 4º dia em Cusco, nós dedicamos a visitar o Santuário de Animais Recuperados (Gochahuasi Animal Sanctuary), em Taray, distante 22 kms de Cusco. O passeio é feito em ônibus panorâmico, ao custo de 30 soles (R$36,00). Aqui são recolhidos, tratados e devolvidos à natureza (quando possível), os animais recuperados por qualquer motivo, sejam acidentes, maus tratos ou contrabando. E onde tem uma lhama, tem foto com a Gleidys. O destaque aqui são os Condores, ave símbolo do Peru. Com muita expectativa, os tratadores conseguiram obter filhotes em cativeiro, que estão sendo treinados para ganhar a liberdade quando adolescentes. Dono da terceira maior envergadura do mundo (3,2 metros), pode pesar até 14 quilos e voar até 300 kms por dia. Ao fim desse artigo, o vídeo vai mostrar mais um pouco dessa ave majestosa em voo dentro do santuário.
Como a estupidez cultural está por toda parte (vide as touradas sangrentas na Espanha), o Condor também sofre dessa mazela humana, deixada pela colonização espanhola. Num ritual chamado de Yawar, o condor é preso às costas do touro (suas patas são costuradas ao couro do animal), que para se ver livre das garras do condor, luta para retirá-lo. Nessa batalha muitos condores são feridos mortalmente, sem falar no fim dado aos touros.
A procriação do condor é lenta e reduzida. Sua população já é considerada em perigo de extinção. Caso queira ver essa aberração, procure no YouTube por Cotabambas Apurimac Peru.
A cerimônia de libertação do Condor Andino, após o período de recuperação é uma das mais emocionantes. Essa sim vale a pena ser vista, revista e compartilhada. Liberation del Condor
Fechamos o dia batendo perna pelo Centro Histórico de Cusco. O almoço ajantarado foi no restaurante Tupanan. Seu charme está nas varandas com vista para a Plaza de Armas, na simpática Calle Plateros, 325. Pedimos a Truta em Salsa de Champinones (26 soles = R$32,00), prestigiando a deliciosa cerveja local Cusqueña e o Pisco Sour feito com a cachaça de uva.
No 5º dia em Cusco, nosso programa incluiu conhecer o Centro Arqueológico de Chinchero, as terraças de Moray, as minas de sal de Maras e o Santuário Arqueológico de Ollantaytambo, onde vamos saltar para passar a noite, já que nossa passagem de trem para Machu Picchu parte daí. Concentramos nossa bagagem em uma única mala e deixamos nossas coisas aos cuidados do hotel, até nosso regresso. A operadora dessa vez foi a ótima Inkarry Cusco, custo de 50 soles (R$60,00 cada). Afinal, não queríamos mais surpresas e maus tratos que passamos com a Golden Travel Peru.
Centro Arqueológico de Chinchero (uso do bilhete general). É um destino pouco conhecido no Vale Sagrado. Distante 30 kms de Cusco, está a 3762 metros. Na época dos Incas era um importante centro cultural, onde ficava a residência e palácio dos incas Tupac Yupanqui. Foi também um importante local agrícola inca, com até 43 hectares. Com a chegada dos espanhóis, foi construída a Igreja de Nossa Senhora de Monserrat por sobre o palácio dos incas. Claramente uma medida de submissão cultural.
Complexo Arqueológico de Moray (uso do bilhete general) – Distante 74 kms de Cusco e a 3500 metros de altitude é parte do Vale Sagrado Inca. A área arqueológica destaca-se porque mostra uma série de singulares plataformas circulares que parecem anfiteatros. A maior apresenta 12 terraços com uma profundidade de 100 metros.
Para os pesquisadores, os terraços circulares de Moray funcionavam como um centro de pesquisa agrícola, onde cada nível oferecia um ambiente climático diferente e servia para cultivar diferentes plantas de forma experimental.
Os terraços foram construídos sobre muros de contenção cheios de terra fértil. Eram regados por meio de complexos sistemas de irrigação. No fundo dos terraços, existe um sistema de armazenamento de água proveniente das chuvas. Em todo este sistema foram cultivadas com êxito mais de 250 espécies vegetais.
Minas de sal de Maras (uso do bilhete general) – Como pode haver sal brotando na superfície de Maras?
Num passado muito distante, toda essa região estava submersa pelo mar. As lagoas salgadas foram construídas por uma civilização anterior aos Incas. Os terraços estão situados a uma altitude de 3.000 metros acima do nível do mar. Existem cerca de 5.000 piscinas aproximadamente, cada uma pertencente a uma família local. Cada lagoa é geralmente de 5 metros quadrados e tem uma profundidade de 30 cm. Através de uma nascente, as piscinas são enchidas por uma rede de canais estreitos que cruzam o complexo, abrindo um entalhe para permitir que a água salgada entre. Finalmente, deixam secar no árido clima andino até que a água se evapore completamente. Depois que tudo está seco, a raspagem da crosta de sal rosa começa.
O sal rosa de Maras é recomendado para pessoas que sofrem de hipertensão, porque tem baixos níveis de cloreto de sódio. O sal de Maras também contém cálcio, ferro, zinco e magnésio, tornando-o uma opção medicinal perfeita. O sal de Maras só deve ser adicionado à comida, após o cozimento, já que suas propriedades medicinais se perdem acima de 40ºC. No mercadinho da mina, você pode adquirir o sal de Maras puro ou misturado com diversos outros temperos.
Das Minas de Sal de Maras seguimos para a cidade de Ollantaytambo, onde vamos deixar o passeio. É lá que se encontra o Santuário Arqueológico de Ollantaytambo, e onde vamos pernoitar para tomar o trem para Machu Picchu. Resolvemos então fazer um post exclusivo para não alongar demasiadamente este artigo sobre Cusco e seus atrativos.
No pequeno vídeo a seguir, um pouco mais de Cusco e de todos os passeios que relatamos acima.
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