outubro/2019 – Lima é a capital do Peru e por onde chegam os voos internacionais, no caótico aeroporto de internacional Jorge Chávez.
Perdemos mais de 1 hora na triste tarefa de fazer a imigração. Hoje você precisa escanear as digitais de todos os dedos das 2 mãos. Isso já é demorado quando dá certo, imagina dando errado. A entrevista é simples. Não perguntaram nem pediram certificados de vacinação, seguro saúde ou viagem nem valores disponíveis.
Nosso transfer já estava esperando (35 soles) até Miraflores (40 minutos de percurso), principal zona hoteleira da cidade. Se você não trouxe dinheiro na moeda local (soles), pode trocar no guichê que existe dentro da área de desembarque. Troque pouca coisa, já que a taxa de câmbio não é das melhores. Nós levamos somente Soles e Dólares (aliás, você pode pagar quase tudo em dólares, caso queira). Prefira trocar Dólares por Soles do que Reais por Soles. O UBER funciona muito bem em Lima. Fizemos todos os nossos deslocamentos, pequenos ou grandes, de UBER.
O que fizemos e vimos em Lima: bem hospedados no distrito de Miraflores, iniciamos nossa visita com um City Tour guiado pelo simpático pessoal da Lima Walking Tour, cruzando o centro histórico. A todo instante você acha que vai chover. O céu está sempre nublado. Para ver o azul do céu, só de duas formas. Voando por sobre a densa camada ou aguardando os 3 meses de verão. No mais, o tom cinza é predominante. Em Lima, como pudemos ver no resto da viagem, o trânsito é caótico e a buzina é a forma de expressão do motorista. Prepare seus ouvidos.
De Miraflores para o Centro Histórico, usamos o sistema de ônibus urbano e fizemos todo o resto do circuito a pé. Encontramos uma cidade limpa, organizada e com seus prédios e monumentos históricos muito bem conservados. Não vamos discorrer sobre cada um deles, já que a internet está plena dessas informações. Ficamos com o que a guia foi nos passando e com a beleza visual.
A praça Maior ou Plaza de Armas (acima) estava fechada ao turismo e ao público local por conta de manifestações trabalhistas que estavam ocorrendo. No início do mês de outubro o presidente peruano dissolveu o congresso, poucos após o nosso retorno ao Brasil. O Equador mudou a sede do governo de Quito para Guayaquil. Venezuela está em crise faz muito tempo. Argentina quebrada e dependente do FMI. Nossos vizinhos estão em dificuldades. Planeje bem sua viagem para não ser engolido por uma dessas crises.
Próximo da Praça San Martin encontra-se a famosa Pastelaria San Martin, onde você pode e deve experimentar o Turron (Torrone) Especial de Dona Pepa.
Conforme passávamos por pontos de interesse, íamos anotando para retornar. Foi o caso da loja “I Love Pisco”, onde você pode experimentar e comprar infinitas opções de Pisco, a bebida preferida dos Peruanos.
Pisco é uma bebida à base de uvas que lembra a nossa cachaça, já obtida da cana-de-açúcar. A nossa famosa caipirinha é chamada por lá de Pisco Sour. Compras feitas, fomos atrás de nossa segunda anotação, o famoso, antigo e único Restaurante e Bar Cordano inaugurado em 1905. É daqueles lugares onde você se sente em casa, é recebido pelos proprietários e ainda tem o prazer de falar com parentes diretos dos fundadores que, por coincidência estavam de prosa com o atual dono. Falar bem da comida, da bebida e do atendimento é procurar adjetivos ainda não inventados. O Bar Cordano foi declarado Patrimônio Cultural em 1972. E foi lá que fizemos nosso primeiro e delicioso almoço em Lima.
Fica nossa dica. Não deixe de visitar e fazer sua refeição no Restaurante Cordano.
À noite fomos assistir ao Circuito Mágico del Agua, um show de cores, sons, música e efeitos especiais muito interessante. O valor da entrada para maiores de 60 anos foi de 4,00 soles cada. O espetáculo ocorre dentro do Parque de La Reserva também no centro de Lima. A beleza das transições você vai poder ver melhor no vídeo que fizemos de Lima, no fim do artigo.
No segundo dia em Lima, foi de passeio a pé pela orla de MIraflores, visita às ruínas de Huaca Pucllana. À noite fomos conhecer a região de Barranco (bairro boêmio), a Ponte dos Suspiros. Escolhemos para jantar o La Posada del Mirador, com vista para o mar.
A orla de Miraflores está totalmente revitalizada. Um passeio muito agradável, no alto da falésia que encontra o mar, sob o céu eternamente nublado é o programa dessa manhã. Veja abaixo a diferença que os 3 meses de verão fazem com a cidade. Não é pra menos que os locais aguardam ansiosamente a estação mais quente e alegre do ano.
A partir do Shopping Larcomar, você pode andar para a direita ou esquerda, por passarelas e ciclovias que acompanham o relevo das falésias. A cada 300 meros você é brindado com áreas verdes bem cuidadas e floridas, com muitas opções de descanso e parques temáticos.
Pegamos um Uber e seguimos para visitar o sítio arqueológico Huaca Pucllana, também em Miraflores. Ocupa uma área de 150 mil m², que, com certeza, era muito maior, não fosse a avalanche imobiliária que deve ter soterrado muita informação preciosa. São monumentos arqueológicos do tempo pré-inca, que foram erguidos pelo povo Lima, por época do século V.
Foi um importante centro administrativo e religioso do povo da época. Sua pirâmide principal mede aproximadamente 25 metros.
Os tijolos de adobe eram aplicados em pé, como parte da engenharia resistente aos constantes terremotos.
A visitação só é possível com guia, já incluído no valor do ingresso (10 soles) ou (7,50) soles para maiores de 60 anos.
O passeio dura em torno de 1 hora. Algumas ambientações procuram mostrar como era o modo de vida daquele povo.
Sugerimos para almoço um executivo, bom e barato. O restaurante “Cherry café y más”, na Av. Larco 835. A simpatia das atendentes completam o cardápio.
À noite fomos conhecer o Barranco, bairro boêmio de Lima. Sua história está contada nos murais espalhados pelo Paseo Chabuca Granda, que antecede a famosa Ponte dos Suspiros datada de 1876. Seu nome se deve ao costume de prender a respiração, fazer um pedido e atravessar sem respirar, para que ele se realize.
Explorando as ruas de Barranco você vai encontrar artistas buscando mostrar sua arte em troca de alguma “propina” (gorjeta), espaços decorados com pinturas urbanas, muito colorido, ótimas opções para petiscar e bebericar e a vista do mar.
Escolhemos para petiscar e bebericar o restaurante La Posada del Mirador. Pedimos Tequeños de Qeso (17 soles) e Causa de Langostinos (29 soles).
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Para o terceiro dia em Lima, planejamos conhecer o Parque Central de Miraflores, a Floresta de Oliveiras e o Museu Arqueológico Rafael Larco.
A curiosidade do Parque Central de Miraflores (7 de Julho ou Parque Kennedy) são os mais de 100 gatos que vivem e são cuidados pela vizinhança. Os animais vivem em liberdade e acostumados com a presença humana. Mais uma vez o cuidado com o patrimônio comum nos impressionou.
Pegamos um Uber e seguimos para o Parque Olivar (San Isidro), uma verdadeira floresta de oliveiras, ainda remanescentes da época de 1560. Hoje o parque conta com algo em torno de 1650 arvores tendo chegado a mais de 3000 no seu auge de produção. Muitas delas ainda mostram as mutilações feitas pelos espanhóis quando foram expulsos da região. Lugar muito agradável para longas caminhadas nas alamedas que cortam o parque. Produz anualmente entre 1 e 2 toneladas de azeitonas, que são distribuídas pela vizinhança. Parte é prensada para produção de garrafinhas de azeite em forma de souvenir.
Para fechar o dia e nossa presença em Lima, seguimos para o Museu Arqueológico Rafael Larco. O museu ocupa uma construção do século 18. Está instalado encima de uma pirâmide pré-colombiana. Possui um acervo de mais de 5000 anos de história do Peru. O ingresso adulto custa 25 soles. A contratação de uma guia (10 soles) é fundamental para entender a história presente nas salas e objetos.
A trilogia Inca. O Condor, o Puma e a Serpente.
Essas 3 criaturas representam o céu (o mundo superior dos deuses), a terra (o mundo dos vivos) e o mundo dos mortos.
O condor era um pássaro sagrado para os incas que acreditavam que ele comunicava o mundo superior (Hanan Pacha) ao mundo terreno (Kay Pacha).
O puma é um símbolo de força, sabedoria e inteligência. Representa o “Kay Pacha”, palavra quéchua que significa “o mundo dos vivos”. Suas características são paciência e força.
A serpente representou o infinito para os incas. A serpente simboliza o mundo abaixo ou o mundo dos mortos (o Ukhu Pacha). Quando as pessoas deixavam o mundo terrestre, elas se juntavam a essa outra dimensão representada pela serpente.
No pequeno vídeo a seguir, um pouco mais de Lima. Daqui, seguimos para Cusco onde nos esperam o Vale Sagrado dos Incas, as Montanhas Coloridas e muitos outros sítios arqueológicos, além do contato mais direto com o povo peruano mais tradicional.