Gêiseres del Tatio no Atacama
Este passeio vai te tirar da cama muito cedo. Quando digo cedo, é lá pelas 3h30min da madrugada, para estar entrando na VAN no máximo às 4 horas.
Porque??? ─ o vapor é mais intenso por conta da grande diferença de temperatura em relação ao frio exterior e os jatos de água fervendo são mais espetaculares no amanhecer. Portanto, durma cedo, ajeite com sua pousada ou hotel um café especial (eles já estão acostumados a essa demanda), deixe as roupas de frio prontas e, com tudo organizado, vá conhecer este ambiente exótico e cheio de contrastes.
Para ver as fotos em alta, clique sobre elas.
Neste passeio você vai experimentar um deslocamento vertical grande, saindo de San Pedro de Atacama aos 2400 metros e chegando aos Gêiseres aos 4300 metros. Uma boa alimentação e uma boa noite de sono ajudam a não sofrer do famoso mal de altitude. Leve uma aspirina, para o caso de começar a sentir náuseas. Tome somente após os primeiros sintomas.
Chegamos ao destino após uma hora de viagem. A temperatura local estava na ordem de -1ºC, produzindo um lindo contraste com o vapor. A água liberada pelos olhos estava em torno de 85ºC. A ebulição ocorre aos 80ºC nesta altitude.
As intensas cores dos demais passeios aqui não se apresentam. As variações partem do branco, passando pelo cinza e terminando nos tons de marrom da terra.
As águas que escorrem das fissuras e vão descendo a inclinação do terreno ainda estão bem quentes. Não coloque sua mão para testar a temperatura se estiver muito próximo aos gêiseres. Pode se queimar feio.
Em algum momento, após a apresentação do seu guia, você será liberado para circular pela área. Não vá atrás daquela foto acrobática, na beira do gêiser. Alguns anos atrás uma turista foi cozinhada e seu marido perdeu parte das mãos na tentativa de salvá-la. Fique dentro das áreas delimitadas.
Sugerimos comprar essas novas luvas “touch”, que permitem usar as telas dos celulares e câmeras pelo toque. O frio é grande. As luvas normais não dão certo pra quem quer ficar registrando tudo que vê.
Com a chegada do sol a paisagem muda, trazendo novos contornos e reflexos.
Aqui nascem algas, que sobrevivem às altas temperaturas da água e também alguns micro organismos adaptados a este bioma especial. Fora dos cursos de água quente ocorrem estes tufos de capim.
O passeio se encerra com um banho na piscina principal. A água aqui nem quente é. Pelo contraste com o frio externo, torna-se agradável ao contato.
O delicioso café da manhã foi servido pela equipe da operadora Araya Atacama, fazendo a pausa para a sequência do passeio, que será no povoado de Machuca.
Machuca ou Pueblo Machuca é um povoado localizado no altiplano andino. Uma aldeia com 20 casas, onde moram em torno de 30 pessoas somente. As casas margeiam a única rua principal, onde são vendidos itens de artesanato, as famosas empanadas e os churrasquinhos de lhama, ainda uma tradição por aqui.
O pessoal por aqui é bem baixo. Veja a altura das portas!!
Deixamos nossa marca junto à muitas outras na janela do mercadinho local.
A igreja do lugar fica no alto do morro. Nessa hora, lembre-se que você ainda está nos 4000 metros.
Suba devagar. Vimos muita gente abrindo o bico e sentando pra recuperar o folego. Independente do desafio, não deixe de subir. A igrejinha é muito interessante. O teto é feito de palha apoiada em madeira de cacto. No altar muito simples é informada a data da construção em 1933.
Um pouco adiante, chegamos ao mirante do Rio Putana. Um ambiente que sintetiza a riqueza que a água pode magnetizar. Beleza, alimento, natureza. Neste micro bioma encrustado no deserto, convivem lhamas, vicunhas, patos, aves e outros animais em harmonia.
A beleza dos cenários surpreende até aos mais exigentes.
As vicunhas são animais silvestres, não domesticadas como as Lhamas. Podem ser vistas sempre em correria nas encostas cheias de pedras. Essa correria tem por objetivo espantar os machos solitários que procuram tomar o controle de um grupo de fêmeas. Aqui não se tem descanso quando o assunto é o controle do harém. Na foto abaixo, o macho está no alto do morro, de olho nos malandros invasores.
Este passeio foi conduzido pelo excepcional guia Denis, da operadora Araya Atacama.
O Denis é nativo e descendente direto da tribo Huilliches, conhecida como a mais guerreira de todas. Seus integrantes não cortam o cabelo. Acreditam que o cabelo é parte do sistema nervoso.
Resistiram à invasão espanhola por mais de 300 anos.
Seu conhecimento, simpatia e prontidão fizeram a diferença na qualidade do passeio. Fica aqui nosso agradecimento e recomendações a todos que vierem a visitar o Atacama.
Visite nosso álbum Atacama, para ver todas as fotos em alta qualidade. Acreditamos ser o melhor material fotográfico de todas as viagens que fizemos até hoje.
Amanhã vamos conhecer o Valle de La Luna e o Valle de La Muerte (ou Marte), considerados mesmo de outro planeta.
Veja abaixo o filme da viagem.