Voltamos a Paraty (março/2021) para conhecer lugares, ilhas e praias que não vimos na visita de 2017 (quando focamos no centro histórico e na serra). Desta vez estacionamos nosso trailer Karmann Ghia, no ótimo Camping Portal de Paraty, a 600 metros do centro histórico e do cais da baía de Paraty. Todos os passeios de barco foram feitos fora das tradicionais escunas. Estamos em tempo de pandemia da COVID19 portanto, negociamos e pechinchamos diretamente com os barqueiros em busca de bons orçamentos.
Depois de bem instalados, partimos para o cais de Paraty para encontrar um barco que combinasse bom equipamento e bom preço. Fechamos com o barco Belly (24) 99275-7624. Contratamos 5 horas de passeio por R$ 400,00, para o dia seguinte.
— Primeiro dia —
O trajeto acertado saiu da baía de Paraty, com destino à Ilha da Pescaria, Praia da Lula, Lagoa Azul, Ilha Comprida e finalizou com almoço na Praia Vermelha, totalizando 29 kms. Vamos aos destaques de cada um desses lugares:
Ilha da Pescaria
A ilha da Pescaria é uma das principais atrações. Para conseguir alguma privacidade, fuja dos feriados e dos passeios de escuna. Costuma ficar muito cheia de barcos. Seu entorno é cristalino, a flutuação e observação da fauna marinha agrada muito pela fartura de pequenas espécies. A ilha é uma concessão particular, portanto o acesso em terra é restrito. Não deixe de levar sua máscara de mergulho ou mesmo seu óculos de natação. Com essa pandemia, alugar não é aconselhável.
Praia da Lula
O nome vem da pesca da lula, que já foi abundante um dia. É calma, águas claras que podem ser verdes ou azuis, a depender do sol. Rodeada de mata nativa, tem uma pequena faixa de areia com muita sombra. Sem serviços ou infraestrutura para o visitante. Traga o que precisar e leve tudo que consumir. A flutuação para ver os peixes é o programa da hora.
Lagoa Azul
Outra preciosidade por conta do ambiente e da vida marinha. Um recanto cercado de rochas e mata nativa se torna uma piscina natural. Imprescindível levar sua máscara de mergulho para flutuar por entre os peixes. Com essa pandemia, alugar máscaras não é aconselhável. A chegada das escunas deixa o lugar bem cheio. Se puder optar por barcos menores e horários alternativos, vai aproveitar muito mais a beleza do lugar.
Ilha Comprida
A Ilha Comprida é também um aquário natural. Como sempre, a presença dos peixes Sargento e Parati é maciça. São os donos do pedaço e garantia de diversão.
Praia Vermelha
Com a fome viramos a proa para a Praia Vermelha, onde as opções eram o BambuBar e o Restaurante Amendoeiras. Nos agradou mais o BambuBar administrado por uma família caiçara. A ótima praia Vermelha é ponto de parada das escunas. Costuma então ser bem movimentada. Durante nossa visita a Paraty, os passeios de escuna estavam suspensos.
No vídeo a seguir, mostramos todas as imagens aéreas e subaquáticas que fizemos desse delicioso primeiro dia de passeio.
— Segundo dia —
Para esse segundo dia, nós escolhemos conhecer parte das belezas do Saco de Mamanguá. Deixamos o Camping Portal de Paraty e seguimos na direção de Paraty Mirim, a 18 kms de distância. Um cantinho escondido, fora do turismo “de massa” e mais focado na natureza exuberante do lugar.
Lá negociamos o barco Bela Sophia do Miguel (24 99914-1513 – 3 horas por 330,00 + 1 hora de chorinho). O objetivo era conhecer a Praia Cadeia Velha, Praia do Engenho, fazer a trilha até a cachoeira de mesmo nome e terminar na Praia do Cruzeiro, com a linda vista do pico do Pão de Açucar. Vamos aos destaques de cada um desses lugares:
Praia Cadeia Velha
A primeira praia que visitamos foi a Cadeia Velha, para alguns também chamada de Praia do Buraco. Ninguém soube informar o motivo da escolha dos nomes. Um recanto muito especial do Saco de Mamanguá, considerado o único fiorde (8 kms) tropical do planeta. O que fazer? Ficar a toa, tomar banho de sol e flutuar sobre peixes e corais.
Praia do Engenho
Praia do Engenho antiga vila Caiçara. Uma praia de águas tranquilas e cristalinas, areia fina e branca, é pouco frequentada e de vegetação bem fechada.
Caminhando um pouco mais para dentro, é possível encontrar resquícios de um antigo engenho de cana-de-açúcar.
Cachoeira do Engenho
Uma pequena trilha, que cruza o entroncamento de várias outras pertencentes à Reserva Ecológica da Juatinga, leva até a cachoeira do Engenho e aos prazeres da água doce após o banho de mar.
Praia do Cruzeiro
A praia do Cruzeiro, no interior do Saco do Mamanguá, é uma espécie de “sede” da comunidade local, onde quase todos são parentes, pescadores e fabricantes de barcos.
Daqui parte uma bonita trilha que leva ao topo do Pão de Açúcar, a principal montanha do lugar.
Mamanguá em tupi significa “lugar de comer” ou “lugar de almoço”. Que tal um executivo bem servido no restaurante Cruzeiro? Peixe frito com molho de camarão, salada, arroz feijão e farofa?
No vídeo a seguir, mostramos todas as imagens aéreas e subaquáticas que fizemos desse delicioso segundo dia de passeio.
— Terceiro e Quarto dias —
Desta vez decidimos explorar o lado norte de Paraty.
No terceiro dia saímos do Camping Portal de Paraty e seguimos para Praia Grande (12 kms). De lá pegamos um taxi boat (R$15,00 ida e volta) para a Ilha do Araújo onde passamos o dia na praia da Tapera.
Ilha do Araújo – Praia da Tapera
A Ilha do Araújo fica bem em frente à Praia Grande, que por sua vez fica ao lado da Prainha, muito procurada pelos turistas. Motivo que nos fez virar a proa para a Praia da Tapera, a 700 metros. Um taxi boat nos deixou lá em 10 minutos.
O que dizer da Praia da Tapera? Águas cristalinas, calma, com serviços. Lugar perfeito para calanguear o dia todo e apreciar os drinks e petiscos do Bar da Tapera até a hora de voltar.
Já no quarto dia, fomos mais adiante ao norte, até a Praia do Cão Morto (30 kms) e de lá pegamos uma lancha até a ilha do Cedro. Chegando a São Gonçalo, a oferta de estacionamento ao lado da estrada é grande. Não desça para a praia de São Gonçalo. Pegue a trilha para a praia do Cão Morto. Mais perto e com o taxi boat muito mais barato (R$25,00 ida e volta)
A maioria dos turistas segue para a Ilha do Pelado. Motivo que nos fez seguir para a ilha do Cedro. Ao nosso ver com mais beleza natural e vida marinha abundante. Distante dois quilômetros e meio da costa, em 20minutos vc está desembarcando na praia da Ilha do Cedro. E que praia linda!!! As imagens falam por si.
Ilha do Cedro
Ficamos o dia flutuando e garimpando encontros marinhos especiais.
No vídeo a seguir, todas as belezas da Ilha do Cedro em imagens aéreas e subaquáticas.
— Quinto dia —
Hoje nós resolvemos dar uma escapada para a serra de Paraty e curtir um pouco de água doce. A cachoeira escolhida foi a das Sete Quedas. A mais distante, mas também a mais exuberante. São 11 kms saindo do Camping Portal de Paraty, onde estacionamos nosso trailer. Os últimos 5 kms são de terra e vão exigir batante de seu veículo, caso seja um carro baixo, mas nada que um pouco de paciência não resolva. Saiba que vai valer muito a pena.
No caminho, nós fizemos uma rápida parada no Alambique Pedra Branca para reposição de nosso estoque de delícias.
Mais a frente visitamos a Fazenda Bananal, original do século 17, que foi minuciosamente restaurada para ambientar o visitante ao modo de vida da época. Saiba mais sobre o lugar direto na página deles.
Ainda no caminho, revisitamos a Cachoeira da Pedra Branca. Se puder, pare para apreciar e tomar um banho no platô de cima.
Cachoeira das Sete Quedas
Enfim chegamos ao nosso objetivo. A linda Cachoeira das Sete Quedas. Um conjunto de quedas, poços, lago e duchas naturais que vão te surpreender. Pertence aos domínios do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Um bar oferece bebidas e petiscos. Refeições somente com reservas antecipadas. Escolha um dia de sol generoso, para aproveitar ao máximo o lugar. Vários quiosques estão disponíveis para uso dos visitantes.
Veja no vídeo a seguir as lindas imagens aéreas que fizemos do lugar.
— Sexto dia —
Neste sexto dia, apontamos o carro para a Praia dos Ranchos, em Trindade, distante 25 kms do Camping Portal de Paraty, nossa base.
Chegando lá pegamos um taxiboat (R$20,00 ida e volta) na praia do Meio e seguimos para passar algum tempo flutuando na piscina natural do Cachadaço. Fuja dos estacionamento mais óbvios. Nas ruas laterais os valores são muito mais honestos. Veja dica na imagem abaixo.
Para chegar ao Cachadaço, é possível ir por trilha também. Nada complicado ou exigente. Aliás um passeio muito agradável. Se o joelho não estivesse comprometido, teríamos escolhido caminhar. Veja as dicas na imagem a seguir.
Piscina Natural do Cachadaço
O Cachadaço é esse conjunto de pedras caprichosamente arrumadas para criar piscinas decoradas com peixes e corais.
Diz a Lenda que, para fugir dos piratas, os Portugueses escondiam seus barcos dentro da piscina. Assim não seriam saqueados pelos piratas. Eram chamadas de Caixa de aço.
A vida embaixo d´água é exuberante. Leve sua máscara de mergulho e fique flutuando por entre as pedras.
Observe na imagem abaixo a quantidade de ovas depositadas nas pedras. Um espetáculo da natureza que em breve vai renovar a vida marinha da região.
Praia dos Ranchos
Terminamos nosso dia na Praia dos Ranchos, aproveitando esse mar cristalino de Trindade.
Veja no vídeo a seguir as lindas imagens aéreas e subaquáticas que fizemos desse incrível recanto chamado de Trindade.
— Sétimo dia —
Estamos no sétimo dia e continuamos nos surpreendendo com as belezas de suas ilhas. Desta vez fomos ao encontro da Ilha dos Cocos e Ilha da Cotia.
Deixamos o Camping Portal e seguimos para Paraty Mirim, a 18 kms de distância. Lá, alugamos mais uma vez a lancha Bela Sophia, do Miguel.
Ilha dos Cocos
Tocamos direto para a Ilha dos Cocos. De fato, uma das águas mais transparentes que mergulhamos. O destaque está embaixo d´água.
Depois fomos conhecer a Praia da Conceição. Muito embora seja um lugar bonito, não aconselhamos. Um Rottweiler muito agressivo, sendo agitado pelo caseiro do local, praticamente nos expulsou da faixa de areia, que é pública. Sim, é ilegal, mas só nos restou ir embora.
Saco da Velha
Fizemos uma parada rápida na praia do Saco da Velha, muito frequentada na alta temporada. O restaurante Santolas do Alex e da Daiana serve aos turistas, tanto nas mesas, quanto na praia ou mesmo nas lanchas.
No canto esquerdo da praia há uma gruta muito fácil de acessar que pode lhe render ótimas fotografias.
Ilha da Cotia
Nosso destino final foi a Ilha da Cotia. Ao desembarcar, atravesse a pequena trilha e abra a cortina deste paraíso. Fique com as imagens. Não há serviços aqui. Traga o que for consumir e leve tudo de volta.
As estrelas do mar já foram abundantes por aqui. Precisamos deixá-las em paz. Não as tire da água para uma “selfie”. Basta tocá-las ou bastam apenas alguns segundos fora da água para que elas morram. Essa da foto abaixo nos presenteou com uma aparição rara e inesperada, mesmo para o Miguel, nosso barqueiro.
No vídeo a seguir você vai ver estas ilhas e sua vida marinha, com muito mais detalhes.
Deixamos para bater pernas pelo centro histórico no último dia, já que a presença do sol precisa ser muito bem aproveitada no mar. De qualquer forma, fomos abençoados com tempo bom todos os dias. Ver e rever sua arquitetura, caminhar pelas ruas de pedra, apreciar sua orla colorida pelas embarcações preenche o tempo e o coração.
Como de regra, fomos renovar nosso estoque de delícias no Armazém da Cachaça. Além das inúmeras opções de cachaça, você ainda pode completar seu carrinho com queijos, geleias, embutidos e muito mais…
E você? Quando vai conhecer Paraty? Se ainda não foi, programe-se. Se já foi, com certeza está com muitas saudades.
Veja mais sobre o Centro Histórico e outras atrações em nossa visita de 2017 – Paraty, entre serra e mar.