Rebocar um trailer, considerando todas as variáveis de segurança, legais, matemáticas, de potência, de peso, aerodinâmicas, … pode assustar um possível candidato ao campismo ou caravanismo.
Quando decidimos (final de 2012) adquirir um trailer para rodar por aí, ouvimos muitas advertências e alertas das mais variadas formas e intensidades. Uma das mais frequentes tinha relação com o carro que faria o papel de trator do conjunto.
Os ditos experientes e entendidos nos orientavam a não ingressar nesta aventura sem um carro a Diesel, com no mínimo 2.8 litros, se quiséssemos puxar um trailer de 1 tonelada sem problemas. Essa limitação não parece verdadeira, se olharmos um pouco para o passado recente…
Acreditamos que a questão não está na obtenção do conjunto (carro+trailer) considerado ÓTIMO, mas sim na interpretação correta das limitações de seu conjunto e o respeito a elas. Mesmo as combinações ditas como ÓTIMAS, também possuem suas limitações.
Em 1997 aconteceu a grande “M…” quando nossos técnicos traduziram equivocadamente a palavra “Trailer” do código americano para uso no nosso código. Os condutores foram forçados a migrar para a categoria de CNH “E”. Fábricas fecharam e uma massa considerável de trailers foram abandonadas em campings ou transformados em casa. Nós temos um Motor Trailer Condor de 9 metros parado no Camping de Teresópolis.
Em julho de 2011, a exigência caiu e a CNH B voltou a ser suficiente para rebocar trailers até 3000kg e conduzir motorhomes de até 6000kg. As estradas foram repovoadas por conjuntos dos mais variados.
Em 2020 a bagunça foi restabelecida para desespero de muitos, inclusive nós, que já fizemos o upgrade para CNH D.
Depois de muito esforço e contando com a atuação da ANFATRE, MACAMP, Trailerando e alguns deputados federais e senadores, foi mais uma vez corrigido. Saiba tudo com mais detalhes nesse artigo do MACAMP. Agora está na lei: rebocar trailer com CNH B
O texto já consta na Lei Oficial: § 4º Respeitada a capacidade máxima de tração da unidade tratora, os condutores das categorias B, C e D podem conduzir combinação de veículos cuja unidade tratora se enquadre na respectiva categoria de habilitação e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha menos de 6.000 kg (seis mil quilogramas) de peso bruto total, e cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares. (Incluído pela Lei nº 14.440, de 2022)
Quer saber que peso seu carro pode rebocar? Lei a artigo a seguir: Que peso meu carro pode rebocar?
Voltando ao nosso tema, podemos observar que os conjuntos acima atendem as expectativas de seus usuários.
O espírito do caravanismo é o de viver a vida em liberdade, conhecer seu país, suas estradas, estar em contato com a natureza e, acima de tudo, se divertir. Propositalmente excluí fotos de grandes e poderosos conjuntos (carro+reboque).
Mas qual a equação por detrás?
É claro que questões como: engate homologado para o peso a ser rebocado, equilíbrio dos equipamentos dentro do trailer (veja imagem acima) para evitar sobrepeso na bola do engate (máx. de 100 quilos ou 9 a 11% do peso do trailer), freio inercial ou elétrico em perfeito funcionamento, cabo de emergência e corrente de segurança, precisam sempre estar considerados e bem resolvidos.
Veja no vídeo a seguir uma demonstração do que ocorre quando o peso é deslocado no interior do reboque. Distribuindo o peso dentro do reboque.
Aspectos Legais
Antes de seguirmos adiante, vale esclarecer que todo veículo possui um CMT (Capacidade Máxima de Tração), que significa o quanto de peso ele pode tracionar definido por seu fabricante, mas nem sempre é fácil de achar no Manual ou nas plaquetas afixadas na lataria, coluna das portas ou chassi. Portanto, você deve se restringir ao valor do CMT quando pensar em rebocar um trailer ou carreta (Porque? de acordo com o fabricante, acima do CMT, a estrutura do chassi, freios, motor, caixa de marchas e embreagem serão comprometidos). Caso você se envolva em um acidente, sua garantia ou prêmio de seguro pode ser revogado se esse limite for excedido. Mesmo um policial da PRF pode questionar esse limite e interromper sua viagem, com eventuais multas em sequência. Para você entender um pouco mais da sopa de letrinhas, veja o quadro abaixo.
Os manuais agora estão trazendo com mais clareza a informação de peso máximo a ser rebocado, com ou sem freio próprio na unidade rebocada.
A CMT prescreve a Capacidade Máxima de Tração de um veículo de carga, ou seja, diz respeito ao limite de peso que cada veículo pode rebocar. O valor ainda é medido a partir dos aspectos materiais e mecânicos, a resistência da transmissão, potência, etc. Que peso meu carro pode rebocar?
O que considerar no conjunto lança, munheca e engate? Ao comprar um trailer antigo, procure observar o estado da lança e todos os seus componentes.
1 – Alavanca de freio manual, para usar enquanto o trailer esteja estacionado. É nessa alavanca que também é fixado o cabo de emergência. Este cabo é conectado ao engate do carro. Sua função é acionar o freio de mão do trailer na eventualidade de um desengate acidental.
2,4,5 e 7 – Conjunto da bequilha. Seu movimento vertical deve estar livre e funcional para permitir o nivelamento do trailer quando estacionado e, seu total recolhimento para viagem, através da rotação da manivela. Não deve haver esforço demasiado nesta função.
3 – Munheca – observe se a alça de liberação está funcional e se não há qualquer rachadura aparente. A presença do pino de segurança impede a abertura acidental da alça.
Freio inercial – recurso de segurança indispensável e exigido por lei. É o freio inercial que cuida de parar o trailer, assim que o veículo tracionador inicia a frenagem. Ao ser empurrado em direção ao engate, o freio entra em ação, economizando os freios do carro e evitando que o trailer o empurre. Existem modelos elétricos que cumprem a mesma função, mas tem o custo mais elevado. Veja um conjunto rebocador, lança, munheca e freio inercial, em movimento, no filme abaixo.
Engate – dê preferência, se puder, ao engate removível. Uma lei (suspensa), prevê o uso exclusivo de engates removíveis, como forma de evitar danos aos demais veículos durante as tarefas de estacionamento nas cidades ou numa colisão traseira. De fato, muita gente instala engates em seus carros para evitar que outros veículos encostem nos seus. Mas o que acaba acontecendo é o contrário.
O engate precisa estar homologado para o peso que vai tracionar e, por sua vez, seu veículo também precisa ter condições de suportar o peso vertical e horizontal da função de rebocar. Aconselha-se a não superar os 100 quilos de peso vertical sobre a bola do engate.
Escolha instaladores de confiança e que estejam homologados pelo Inmetro. Contudo, isso não é sinônimo de segurança. Eu mesmo, já passei por sérios problemas ao instalar um engate especial para 1000 quilos no meu TR-4, no melhor dos melhores. Procure saber “porque”, lendo o link acima, e verifique a sua instalação com mais entendimento na questão dos balanços. Veja a Resolução 197 do CONTRAN, que trata e regulamenta a instalação e os instaladores de engates. Engates fora das especificações resulta em multa GRAVE e retenção do veículo.
Uma nova linha de engates vem com a capacidade de rodar 360 graus o seu pino bola. Isso é um fator de segurança muito importante diante de um tombamento do trailer. Evita que o veículo rebocador também tombe quando usando um engate fixo. Verifique se seu instalador homologado já possui essa tecnologia.
Veja neste link a lista de empresas e engates homologados pelo INMETRO
O esquema de ligação padrão da tomada do reboque é o que está desenhado abaixo. A tomada macho do engate é exatamente o seu espelho.
Corrente e cabo de segurança – a corrente é obrigatória. Use uma de boa bitola (não há porque economizar nesse item) e ao instalar, não a deixe com muita barriga (arrastando no chão) porque não vai ser útil no caso de um desengate acidental, nem muito tensionada de forma a dificultar as manobras necessárias para estacionar o trailer em vagas com ângulos fechados. O cabo de segurança tem a função de acionar a alavanca do freio manual do trailer, quando ele se separar do engate acidentalmente. Muito interessante, já que as rodas do trailer vão estar travadas, evitando que ele saia desgovernado indefinidamente.
A cultura de nossos policiais rodoviários com relação a estes equipamentos ainda é pouca, de forma que não notariam na foto da esquerda acima, a falta da alavanca de freio manual. Nas duas fotos, não há cabos de emergência. Procure ter seu equipamento em ordem. Afinal é seu patrimônio e sua vida que estão na estrada. No exemplo abaixo, vemos a preocupação extra com a adoção de 2 correntes. Eu ainda faria seu cruzamento, para servir de cama para a munheca, no caso de um desengate acidental.
Observem que na foto da esquerda (acima), o caravanista ainda se preocupou em travar a alça da munheca com um cordelete, mantendo-a sempre fechada, já que não existe trava de segurança. Eu costumo usar abraçadeiras plásticas para esse fim. São mais fáceis de aplicar e ajustar.
Pêndulo, causas e efeitos. Sugiro a leitura deste artigo antes de pegar a estrada rebocando. A intenção não é lhe assustar, mas passar os limites operacionais que vão lhe manter em segurança.
Alinhamento do conjunto – É comum ver conjuntos rodando desalinhados. Isso leva a inúmeros outros problemas. As fábricas se preocupam em equilibrar todo o recheio de móveis e equipamentos, para permitir uma condução suave. Entretanto, na hora de instalar o engate, essa preocupação parece não ser levada a sério. Vejamos os exemplos abaixo:
Desenho do trailer obtido no Portal Macamp
Muito comum de ver. O principal efeito é a batida da traseira do trailer em quebra-molas e saídas de rampa.
Também bem comum. Neste caso a rodinha da bequilha vai sofrer nos quebra-molas e, a cada pancada, a tendência de soltar a munheca do engate é grande. Além disso, o peso sobre o engate abaixa a traseira do carro e levanta a dianteira. Para veículos com tração dianteira, reduz o atrito e a capacidade de rebocar. Para carros com câmbio automático e tração dianteira, a pouca aderência das rodas no asfalto induz o sistema a erros de interpretação na potência adequada, aumentando o consumo e o desgaste.
A situação acima é a ideal. A altura do engate e o peso da lança sobre o engate (cada engate tem seu limite definido pelo instalador) devem ser os adequados para manter a munheca engatada, sem comprometer a suspensão do carro. Os ângulos de entrada e saída do trailer são os previstos no projeto original. Para se chegar a este resultado, deve-se levar o trailer e o carro ao instalador para o devido equilíbrio.
Se isso não for possível, coloque seu trailer em piso plano, levante as sapatas (sem suspender o trailer) e usando um nível, obtenha o alinhamento correto. Faça a medição até a base da munheca (X) e informe ao instalador. Se houver algum erro, será de milímetros.
Dica – Ao preparar seu trailer para viagem, acondicione malas e tudo que puder sobre o eixo de rolamento, evitando comprometer o peso sobre a lança e o engate.
O trailer de 2 eixos veio para dar mais conforto na tarefa de rebocar. Seu peso fica apoiado no seu próprio chassi, reduzindo o esforço vertical sobre a bequilha.
Entretanto, o alinhamento (nivelamento) horizontal é indispensável para se valer dessa qualidade.
No filme a seguir, mostramos como realizar um engate seguro de seu trailer + carro e damos algumas dicas de manobra, com destaque para a colocação em vagas em marcha ré.
Seja você mais um e venha nos ajudar a repovoar as estradas e campings.
O conjunto ao lado é do amigo Anderson Romão. Food Truck + Livina 1.8 2009 Automática. Ele reclama que a bequilha está pesando muito na bola do engate. Provavelmente a distribuição do peso dentro do Food Truck está desbalanceada, fazendo com que a frente do carro fique muito leve. Para um veículo de tração dianteira, reduz o atrito das rodas no piso, aumentando o consumo e confundindo o câmbio automático. Está em fase de trocar o carro por um mais potente e de tração traseira. Esses Food Trucks deveriam usar rodado duplo, para carregar seu próprio peso vertical. Mas os custos não ajudam, além de reduzir espaço no piso do equipamento. Boa sorte ao amigo Anderson
A seguir fotos enviadas pelos nossos leitores caravanistas.
O conjunto abaixo, do caravanista Daniel, é um Fiat 147, 1977, amarelo, com um barco no teto, rebocando um trailer Turiscar Jóia de 1976, todo original, exceto pelo climatizador no teto e o bagageiro na traseira para transporte de moto. Este 147 tem um motor beirando os 110vc, que é praticamente o dobro do original, a caixa é da Fiorino de 5 marchas, com a primeira reduzida para arrancar em subidas fortes, como na serra. A suspensão foi totalmente modificada para aumentar ao máximo a estabilidade, reduzindo o efeito pêndulo. Os freios também não são originais, sendo os discos dianteiros do Tempra e os tambores traseiros do Uno. “Mesmo com todas essas modificações o mais importante é conhecer os limites do conjunto que se tem nas mãos, sempre manter uma distancia segura do veiculo da frente, sempre frear antes de uma curva entrando já na velocidade adequada, sempre reduzir com freio motor em uma decida usando o freio normal apenas esporadicamente pra não deixar o conjunto ganhar velocidade ou para uma parada mesmo que pra isso tenha que botar uma segunda marcha para descer uma serra muito forte tipo a do Rio do Rastro, e principalmente não se achar confiante demais. É testando os limites que descobrimos que o nosso limite estava um pouco antes do acidente.”, orienta o Daniel.
O conjunto abaixo, do amigo Fenelon de RS, usa um sistema muito interessante para controle do efeito gangorra. É o Four Point Sway Control ($515,00), que tem a função de devolver para o trailer e para o eixo dianteiro do veículo, o peso exercido sobre o engate. O trailer e o veículo passam a se comportar como se fossem um só, eliminando boa parte do balanço.
Muito usado nos USA, este é da marca Equalizer. O trailer abaixo é um Turiscar Vila Rica Residence. Conta também com freios eletro-hidráulicos, controlados a partir da pickup, podendo inclusive, ser freado separadamente do veículo. Essa característica é muito importante para interromper qualquer pêndulo inesperado. Um conjunto de respeito e muito seguro. Parabéns.
Na foto abaixo, o conjunto do amigo Lê Ruivo, RS. Um KC330, puxado por um Corolla 1.8
O conjunto ao lado pertence ao casal Rodrigo e Deisi, de Cachoeirinha, RS.
Trata-se de um KC540, tracionado por uma potente XTerra da NISSAN. Ótima configuração.
Abaixo nosso conjunto na configuração atual.
Mande a foto de seu conjunto para publicar aqui. ([email protected])
Olá boa noite a todos, preciso de uma ajuda pois estou montando um trailer turiscar residenci com mais ou menos 10 MTS . Minha pergunta é se uma frontier attack xe 2007 4×2 consegue puxar sem problemas. O trailer tem freio nas quatro rodas.
Aguardo algum contato, obrigado
Opa Robson. Um trailer de peso mesmo. Olha, a Frontier 4×2 vai te trazer aborrecimentos. Quando você for manobrar seu Residence ela não vai dar conta. Muito peso para só um jogo de tração.
Dia destes eu tive que mover um Easy de 4.50 m porque a Ranger 4×2 não deu conta nas manobras curtas. Em cruzeiro, na estrada, tendo ele freios independentes, vai tranquilo. Fique de olho nas mudanças da CNH, caso sua habilitação seja B.
Abs
Bom dia queria uma opinião estou comprando uma Sportage automático 2.0 queria saber se posso puxar de fez em quando um treille de cavalo no peso mais ou menos uns 900 kilos obrigado pela atenção
Opa Denis. Vai puxar sim. Veja no Manual o valor para CMT do seu Sportage e o PBT dele. Diminua um do outro e veja o resultado, só para saber se está dentro das especificações técnicas do fabricante.
bom dia , olhando o conjunto do 147+trailer , minha duvida e. 1° e legal (legalizado) colocar o suporte no trailer para levar a moto? 2° fica estavel com a moto pendurada ai? antes de gastar dinheiro queria tirar essas duvidas. obrigado.
Opa David. Esse conjunto é muito peculiar. Eu jamais colocaria uma moto na traseira do trailer. O peso deve sempre ser concentrado do meio (sobre eixos) para frente (lança). Até onde sei, rodam em velocidade bem baixa, para não se expor a um pêndulo. Esse conjunto foi bem alterado. O Fiat foi mexido em suspensão, motor, cx de marchas. Me parece que está fora dos limites da legislação atual. Mas como é um veículo bem antigo, deve conseguir passar ileso, já que é anterior às resoluções que regulam o assunto.
Boa noite!
Meu nome e Marcos , gostaria de saber se 1 trailer de lanches com 700kg, fica na prática, mais leve para puchar, com 2 eixos Ou com 1 eixo so.? Na minha opinião, ele com 2 eixos fica mais leve! Um fabricante, me garantiu que com um eixo só fica mais leve! Pode isso? Acho que ele esta tentando me enrolar! Edisse que trucado tem o peso do eixo a mais e fica , mais pesado! Kkk
Opa Marcos.
Olhando pelo lado do peso SIM, um eixo a mais vai aumentar o peso total do reboque. Entretanto, um trailer com 2 eixos (peso concentrado sobre os eixos) é mais confortável de puxar que um de somente 1 eixo (peso concentrado entre o eixo e a ponta da munheca). Se vc olhar pelas ruas, vai ver que reboques de 1 eixo quicam mais que o de 2 eixos. Essa característica se reflete na tarefa de rebocar, transferindo para o rebocador parte dessa vibração.
O reboque de 2 eixos é mais sentado sobre ele mesmo e absorve melhor os impactos de nossas ruas destruídas. Já em termos de manobra, o de 2 eixos exige mais esforço, enquanto o de 1 eixo pode até ser manobrado com as mãos.
Espero ter ajudado.
Ola, amigos deste blog/canal. Me chamo Luis Ricardo, tenho 61 anos e estou (ou estava)
decidido a entrar no mundo do campismo. É minha primeira vez aqui. Gosto muito de viajar,
estar em contato com a natureza e a pandemia, as restrições para viagens, o preço do dólar,
enfim, fizeram eu refletir sobre meus futuros planos de viagem e lazer. Na minha infância e
juventude, acampar sempre fez parte da minha vida e trago boas lembranças desta fase. Eram
barracas com estrutura de ferro, levávamos cerca de 1 hora para montar, a maior parte do
tempo tentando encontrar qual parte da armação se encaixava com aquele emaranhado de
pecas no chão.. Com tempo disponível em razão da pandemia, comecei a pesquisar opções
para voltar ao campismo. Hoje tem-se várias: motor home, camper, trailer, etc. Depois de
muito pesquisar, tornei-me um especialista na área: placa solar, inversor, vaso porta pote,
bateria, freio inercial, tudo isto aprendi bem. Minha decisão foi então de comprar um trailer
pequeno, fazer viagens curtas, moro em S. Catarina, principalmente para poder levar minhas
netas (de 5, 3 e 2 anos) a viver esta vida de campismo e ter boas recorda;oes. Na infância e
juventude, quando acampava, admirava e sonhava um dia ter um Turiscar ou um Karman
Ghia…. Via eles estacionados e ao seu lado, Passat, Brasília e Corcel eram os seus carros de
reboque. Decidido o modelo, comecei a me preocupar com outros aspectos. Segurança no
dirigir, modelos de engates, freios, etc., até que ao ler alguns blogs e sites, me deparei com
esta questão: o meu carro pode rebocar um trailer de 1.200 quilos? A principio, nunca me
preocupei com esta questão. Há cerca de 1 ano e meio, comprei um SUV, nome pomposo que
as fábricas deram para fazer um carro médio, com rodas grandes e cobrar 100 mil reais.
Comprei um CitroenC4 Cactus, motor THP , turbo, com 175P, e foi justamente o motor que me
levou a optar por este carro. Carro top de linha, controle de estabilidade, controle de tração,
enfim, com todas modernas tecnologias aplicadas num carro. Minha decisão, em relação a
outros Suvs, foi justamente a potencia do motor, o maior da categoria. Então, ao ler alguns
sites e blogs, vi esta questão de que os carros tem em seus manuais registrados a capacidade
de carga que podem rebocar. Fui procurar no manual do meu carro e eis que tem uma foto
dele puxando um Jet Ski e informando que a capacidade de tração para reboque com freio é
350 kg! Ou seja, Brasilia, Passat, Corcel, podiam puxar trailer e o meu carro, que para mim era o top dos tops, não! Alguém então levantou a questão de uma possível multa, no caso de uma blitz,para quem tracionar alem do previsto no manual. Sugeriram até não portar o manual, para
que o policial não identifique. Mas isto, em tempos de Google, esta fora de cogitação, Eu
mesmo, em 10 minutos, pesquisei a capacidade de tração de mais de 8 carros. Basta o policial
digitar no Google “Manual do C4 Cactus ” e em 2 minutos ele encontra este dado. Percebi que
alguns carros podem levar 1000 kg ou mais, como a Tiguan antiga, a Spin e ate a Dobló! Não
consigo entender qual o critério que determina esta capacidade de tracionar…. Na minha
visão, seria a potencia do motor! Todos os SUVs da minha categoria, tem esta capacidade –
350-400 kgs… Interessante que em todos vídeos de apresentação dos trailers, os fabricantes
informam que qualquer carro 1.8 pode tracionar o trailer (trailer pequeno, ate 4m). Enfim,
coloco esta novela também como um desabafo e como não pretendo trocar de carro, o meu
sonho de ter um trailer parece estar acabando. Desculpe pelo textão, mas ele tem por
finalidade alertar também a todos sobre esta questão. Parabéns pelo site, gostei muito, para
quem como eu quer entrar no campismo.
Olá Luis. Essa indignação é de todos. Esse tema virou uma piada sem graça. Muita gente tem se decepcionado com as escolhas feitas. Já experimentou tirar seu CRLV digital. Nele aparece o CMT que o órgão de trânsito tem, com base nas informações do fabricante. Você pode se surpreender.
Fiz um pequeno artigo sobre isso.
http://www.nasestradasdoplaneta.com.br/que-peso-meu-carro-pode-rebocar.html
Isso sem falar na confusão que voltou a ocorrer com a categoria B da CNH. É pra qq um ficar muito chateado.
http://www.nasestradasdoplaneta.com.br/resoluo-789-20-l-vamos-ns-andando-para-trs-de-novo.html
Não desista.
Olá Luis, eu também fiquei desanimado e angustiado com o seu textão. Não com o seu textão em sí, mas pelo assunto que você abordou. Eu tenho um Toro 4×4 Diesel de 17oCV. Eu cheguei a ligar para várias empresas montadoras de trailer para comprar, e todos dizem que trailer abaixo de 1.500kg podem ser tracionados por qualquer veículo 2.0. A minha Toro é 2.0 e ainda 4×4 portanto imaginei que eu estaria tranquilo. No entanto, ao saber que a Capacidade de Tração é de apenas 400kg e ainda liguei para a Keko que produz uma dos melhores engates e eles também dizem que a capacidade seria de 450kg para esse veículo. Isso me intrigou bastante, pois ví muitas fotos com Toro puxando trailer de 2 eixos (proximo dos 1.500kg), assim como Fluence, TR4, Duster e até Sandero. Será que esse pessoal está se arriscando expondo suas famílias e ainda correndo o risco de tomar uma multa e ter o trailer apreendido numa fiscalização? Será que esse pessoal fez essa análise ou eles sabem e apertaram o botão do Fo…-se.
Talvez tenha um pulo do gato nessa minha interpretação, os 400kg é para engate sem freio e caso tenha freio inercial esse limite pode ser aumentado, mas quanto seria esse novo limite?
Caso alguém tenha alguma informação diferente dessas que eu o Luis expusemos, agradeço muito, pois é o sonho que só se realizará se eu trocar o meu veículo ou partir para motorhome.
Opa Luis. Tudo que vc disse é verdade. Até bem pouco tempo, as PRFs não possuíam material técnico suficiente para fiscalizar os conjuntos carro+reboque. Agora, com a chegada do CRLV Digital, a CMT aparece no documento. E mesmo que não apareça, eles podem consultar em tempo real os valores informados pelas fábricas.
Por isso que vc pode ver conjuntos com rebocadores bem mais fracos que sua Toro, puxando trailers bem pesados.
Agora vai produzir multa e retenção do trailer, até que um outro veículo habilitado venha levar.
Via de regra, se um veículo pode rebocar até 400kg sem freio, pode dobrar para com freio, mas isso precisa estar claro no manual ou no CRLV, através do CMT.
E é verdade que as fábricas não levam em consideração a função reboque ao desenhar seus veículos, pelo menos aqui no Brasil. Fazem chassis fracos, tanto por economia no projeto como para deixar a unidade mais leve.
Eu mesmo reboquei por muitos anos um KC380 com 1200 quilos com uma TR4, algo que hoje não poderia mais fazer. Atualmente tenho uma Frontier 2.8 4×4, com CMT de 4.400 quilos. Descontados os 2900 quilos de PBT ainda tenho 1500 quilos para tracionar. Se quiser entender um pouco mais dessa salada de letras e leis do CONTRAN, leia esse artigo.
http://www.nasestradasdoplaneta.com.br/que-peso-meu-carro-pode-rebocar.html
Olá Carlos, tudo bem? Eu baixei o manual PDF do seu Nissan Frontier, e lá aparece apenas Capacidade de tração de 750kg (deve ser sem freio) e depois eu lí a sua resposta com relação ao conjunto Frontier 2.8 4×4 + KC 380. Na sua matéria vc disse que o CMT da Frontier é de 4.400kg (de acordo com o CRLV, ou seja, vc tem uma folga de 1.500kg para o Trailer, estou certo? Tanto é que vc mesmo disse que nunca teve problemas ( até o momento). Mas na sua última resposta, você disse que até mesmo com esse conjunto vc pode ter problemas se seguir as regras na ponta do lápis. Poderia me dizer qual é a regra em que você pode ter problemas? Fiquei com a pulga atrás da orelha. Estava pensando em vender a minha Toro 4×4 e comprar um MIT L200 Triton 2.4 Diesel 4×4 onde diz que posso tracionar 750kg (sem freio) e 2000kg (com freio), a principio isso me atenderia. Mas se existir alguma regra que eu não tenha conhecimento, poderei também ter problemas? Obrigado e um abraço.
Opa Luis. Me expressei mal. Com a Frontier ainda tenho 1500 quilos de CMT, já descontados os 2900 do PBT. Situação que não existia quando tracionava com o TR4. A Triton vai te atender sim. Já corrigi a resposta que citou. Obrigado pelo alerta.
Olá!
Obrigado pela orientação.
Mas ainda tenho dúvida a respeito da capacidade de reboques em estradas de terra com morros íngremes, destas que temos em Minas Gerais (que quando chove forte nem carro pequeno passa da primeira vez).
Por exemplo: seria possível rebocar um trailer de aproximadamente 3 mts (1.000 kg) nesse tipo de estrada (sem chuva, é claro) com um Fiat Idea 1.8 Adventure (130 cavalos e 1325 kg)? O Manual só fala em Carga Rebocável SEM freio (400kg).
Se você puder ajudar ou pelo menos me orientar a quem procurar, ficarei muito grato.
Opa Ricardo. Subidas em terra, mesmo que seca, com tração dianteira pode se tornar um problema sim. O peso de 1000 quilos, mais o peso sobre a bola, que já abixam a traseira e levantam a frente, pode reduzir muito o atrito das rodas dianteiras no solo. No embalo vai bem, mas se tiver que parar e partir pode dar zebra.
Se o manual fala em 400 sem freio, o peso com freio não deve passar de 600 quilos.
Obrigado, Carlos!
É, já dei uma pesquisada maior aqui, e vou confiar nos manuais dos veículos mesmo. Aí, dada a minha limitação financeira, estou entre a Chevrolet Tracker (2008/2009), a Pajerinho TR4 e a Grand Vitara (a partir de 2012), todas 4×4 e 2.0, e com capacidade de reboque com freio de pelo menos 1500 kg.
Essa turma é beberrona, mas são ótimos. Eu deixaria de lado o Tracker. Se não me engano esse motor é Argentino. Abs
Tenho uma Captiva 2.4 ano 2011 e queria saber se ela é capaz de puxar um trailer de 2 eixos ?
Opa Hélio.
Vai rebocar sim, sem problemas. Olhe no manual ou no CRLV digital o peso que vc pode rebocar com sua captiva, para ficar dentro dos limites técnicos e legais.
Carlos,
Recém descobri o seu site – muito bom ! Que achado !
Mas algo lá atrás da cabeça algo fica me lembrando das fotos que se vê na Índia e subdesenvolvidos assim (nós não, alto ! Nós fingimos bem !).
Ou daquela que os engenheiros aeronáuticos estudaram o zangão e concluíram que aquilo não poderia voar. Mas ele não sabia disso, então fica voando por aí.
Mas estou gostando dos seus artigos, na minha fase de estar encomendando um trailer para 2 pessoas e começando a pensar nos outros detalhes de uma Adventure 1,8 comum rebocar um trailer de uns 1.000 kg.
Valeu e parabéns !
Nelson
Obrigado Nelson. Sucesso para vc nessa nova empreitada. Boas estradas. Abs
Bom dia gostaria de saber qual a capacidade de carga que uma saveiro Cross 2014 pode puxar
Com reboque de 2 eixo
Opa Angelito. Na WEB não consigo achar. Veja no manual da Saveiro ou na plaqueta da coluna da porta, ou no CRLV Digital, que agora está trazendo essa informação de CMT.
Amigos deste blog, estive um tempo afastado de acessá-lo, apos a minha postagem acima. Mas quero registrar aqui o que decidi, vivi, enfim, e que talvez possa ser útil. Como relatei acima, tinha uma C4 Cactus e decidi mesmo comprar um trailer, está em produção, pesando cerca de 1.100 kg, com freio. Comecei então a procurar carros para comprar – decidi sair do Cactus e ir para um carro que poderia ser mais apropriado para rebocar. Fiquei bastante interessado na Fiat Toro a diesel, 4 x 4. Procurei uma revenda da Fiat para sanear as dúvidas quanto à capacidade de tração – o manual fala em 400 kg mas não menciona se é com freio ou não, problema este que é geral nos manuais dos carros nacionais, já mencionado aqui. O vendedor foi muito fentil e entrou em contato com a fábrica, via Whats – eles tem um canal direto com eles. A resposta que ele me retornou – reenviou a msg da fábrica ou um print da tela – é de que a capacidade da Toro é 1.500 kg para reboques com freio. Então, fiquei mais tranquilo, mas não totalmente, pois o Manual não é claro a respeito. Não sei se vou conseguir anexar aqui os prints que a fabrica enviou. Mas enfim, fica a informação. Outra questão com a Toro, é de que a que eu comprei é o modelo Ranch, que já vem com engate feito pela Keko, e que está homologado apenas para 400 kg (não indica se é com freio ou não). Assim, vou ter que colocar outro engate com capacidade maior, para evitar problemas com a fiscalização. A fabricante KEKO, respondendo a uma consulta minha, limitou-se a dizer que a capacidade daquele engate é tão somente 400 kg.
Opa Luis.
O que vale é o que está escrito no Manual ou o que vai ser disponibilizado no seu CRLV Digital. Lá é declarado o valor de CMT do seu carro. Como vc ainda não comprou, não vai conseguir ver isso.
Eu não compraria para rebocar 1100 quilos, mesmo que com freio, antes de resolver essa questão. A fiscalização não vai aceitar e-mails do fabricante como argumentação.
Quanto ao engate, vai sim precisar instalar outro para o peso que pretende rebocar. A Keko, ao que me parece, sabe que não pode instalar um engate para esse serviço (1100) numa Toro que só pode tracionar (400).