Sevilha na Espanha, o que vimos e o que fizemos por lá

junho/2017 – Sevilha fica no sul da Espanha. É a capital da Andaluzia. Linda, grandiosa e histórica. É a quarta maior cidade espanhola.
Já foi habitada por Fenícios, Gregos, Romanos e Árabes. O rio Guadalquivir. que hoje corta a cidade, foi o ponto de partida da expedição de Cristóvão Colombo a caminho da América.
O clima é mediterrâneo, com temperatura média anual de 18,6ºC. É uma das mais quentes cidades da Europa, chegando-se com facilidade aos 40ºC no verão.
Chove pouco. Conta com 52 dias de chuva por ano. Feitas as apresentações, vamos conhecer essa linda cidade juntos?

Viajando como todo europeu faz, deixamos Toledo de trem (€12,90/R$49,00 – 30min/80kms), até Madrid e de lá, baldeamos para Sevilha (€80,50/R$305,90 – 2h30min/380kms)). Poltronas largas, com mesinha frontal e vagão bar para distrair.

A paisagem predominante em todo o percurso são as plantações de oliva que, junto com o trigo, são os principais produtos agrícolas da Espanha.

O tratamento acústico, a qualidade das ferrovias e das composições, não deixam o usuário perceber que está trafegando a mais de 150kms por hora. Muito confortáveis. Saltamos na Estação Santa Justa, a menos de 15 minutos de nosso apartamento (AirBnB), bem no coração de Sevilha, em condomínio fechado, muito tranquilo. Nossa anfitriã estava nos aguardando para o check-in e orientações no uso dos equipamentos. Aqui chamado de “estúdio”, muito aconchegante e plenamente funcional, além da ótima localização. Ao custo de R$334,00 a diária do casal. Incluindo internet, cozinha completa, máquina de lavar, ar-condicionado, TV a cabo e roupa de cama e banho. Muito melhor que um quarto de hotel, sem dúvida.

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Mercado de La Encarnacion – Já que estamos bem instalados e de mapa na mão, entregue por nossa anfitriã, saímos para a primeira investida em Sevilha. O primeiro monumento, bem ao lado, foi o Mercado de La Encarnacion.

Antes de falar sobre essa obra arquitetônica, é necessário ver uma foto aérea para se ter a real dimensão do projeto.
É criação do arquiteto alemão Jürgen Mayer-Hermann. Sua obra sofreu inúmeras alterações e aditivos que chegaram à cifra astronômica de 100 milhões de euros e levou 7 anos para conclusão (qualquer semelhança com as obras no Brasil é mera coincidência). Até hoje este caso serve de alerta para os governantes de Sevilha. É popularmente conhecido como Os Cogumelos da Encarnación, por sua forma similar a cogumelos. Tem 150 metros de comprimento, 75 metros de largura e 28 metros de altura. É a maior estrutura suspensa de madeira do mundo. Sim, você leu certo (madeira). É suportado por 6 colunas de concreto. Seu interior possui elevadores e escadas de acesso aos níveis superiores. A madeira usada (3000m³) é laminada, para suportar o tempo (veja no detalhe os encaixes). São 4 pisos. No térreo funciona o mercado central e é onde ocorrem atividades culturais. Você pode caminhar pelas passarelas superiores e ter uma linda visão dessa parte de Sevilha.

Fechamos o dia saboreando “montaditos” (pequenos sanduiches de recheios variados) com cerveja, na Calle Alfonso XII, uma avenida para pedestres repleta de turistas, que leva até o canal Alfonso XIII.
Sugerimos uma parada no El Patio San Eloy, um restaurante fundado em 1972, com mesas na calçada, muito agradável para seu primeiro contato com os “montaditos”.

City-Tour – seguindo a regra, compramos nossos ingressos no tour oficial de Sevilha. Um simpático ônibus de 2 andares, com terraço panorâmico, copiando os clássicos ingleses.
São 2 circuitos (1-Monumental, 2-Romântica e Iluminada – €18,00/R$68,00 cada), com tradução em 9 idiomas.
Compramos os 2 circuitos. A Sevilha Iluminada não ocorre nesta época do ano, já que só anoitece após às 22 horas.

Plaza de España – nossa queridinha. Um espaço muito amplo, cercado pelo Parque Maria Luiza. Foi construída em 1929, para receber a exposição Ibero-Americana. Toda edificada em tijolo e cerâmica. As 48 províncias espanholas, seus escudos e mapas estão representados em azulejos ricamente decorados.

São tantos os ambientes espetaculares, que fica difícil decidir que foto publicar.

O passeio de charretes é um charme à parte. As charretes são verdadeiras obras de arte e os animais, simplesmente exuberantes e muito bem tratados.

Cuidado que não se vê nos serviços similares por aqui (vide as Vitórias da Cidade Imperial, Petrópolis. Em estado precário e puxadas por animais raquíticos, mal alimentados e de aparência cansada).
O passeio pelas alamedas do Parque Maria Luiza é parte obrigatória da visita.

Plaza de Toros, Real Maestranza – uma tradição cultural espanhola que ainda resiste aos apelos do mundo para que se acabe com essa carnificina.

Um prédio elegante, mas carregado de uma energia muito baixa. Enquanto houver público há dinheiro e onde há dinheiro, há quem se submeta a matar e morrer por ele. Aos touros torturados, não é dado escolha alguma. O público espera pelo sangue, seja do animal, seja do patético toureiro. Que essa cultura ultrapassada acabe logo. Não compramos ingressos.

Torre del Oro – construída em 1220, era parte das muralhas que protegiam a cidade. Abriga um museu marítimo interessante, com réplicas de embarcações antigas e contemporâneas. A vista do canal e de Sevilha é o destaque.

Catedral – a fila formada para visitação dava voltas e mais voltas no entorno da Catedral. Nossa alergia a filas logo começou a coçar e o sol estava implacável. Buscamos alguma solução alternativa (comprar os ingressos pela internet e ter acesso à fila preferencial).
Não funcionou. A aplicação não estava devidamente adaptada para uso móvel (mobile).

Partimos para o próximo objetivo, o Alcázar. Descobrimos que também era o foco de mais 400 turistas.
Dica 1 – compre seu ingresso antes pela internet (€15,90/R$60,00) e não passe por isso.

Dica 2 – os guias tem acesso preferencial para grupos guiados. Localize um próximo à entrada e com mais €8,00/R$30,00, entre sem atropelos e faça a visita com toda a informação necessária. Recomendamos o guia José.

Alcázar – O “Reais Alcázares de Sevilha” é um complexo de palácios de distintas épocas, dentro de uma grande fortificação, como forma de proteção dos reis, príncipes e descendentes. Por aqui também passaram diversas culturas (romana, visigoda, islâmica, cristã), tendo sua presença sido preservada  ao longo do tempo. Seu interior e detalhes são indescritíveis.

A vantagem da visita guiada está na riqueza dos detalhes que passam desapercebidos ao turista isolado. Por exemplo: na foto abaixo, o curso de água tinha o objetivo de refrescar e umedecer o ambiente nos verões intensos. As árvores frutíferas eram plantadas em nível inferior, para que os frutos pudessem ser colhidos diretamente das passarelas, sem qualquer esforço, além de não produzir sombras acima da cabeça dos monarcas.

Os detalhes estão por todo o lado, nas colunas, abóbadas, piso, paredes, tetos. Trabalhos feitos em cerâmica, argila e gesso (conhecido a mais de 8000 anos), que parecem verdadeiras rendas, tal o grau de complexidade e simetria.

Os jardins são um atrativo a parte.

Observe na presença constante de fontes e pequenas valetas com água corrente, com a nobre função de refrescar o ambiente.

Abaixo um dos 4 órgãos hidráulicos ainda em funcionamento. Este é datado do século XVII.  Esta é a Fonte da Fama, que faz apresentações a cada 2 horas.

A beleza te leva a tantos registros que fica difícil decidir qual foto não escolher.

Depois de tanta beleza, que tal um chopp na pressão, com as deliciosas azeitonas espanholas, sempre na forma de brinde e alguns tapas no Manolete?

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A cidade – os prédios baixos, suas sacadas, janelas, portarias e as ruas com comércio de porta fazem de Sevilha uma cidade acolhedora, sem exageros arquitetônicos que interfiram no clima próprio do lugar. Mais desta linda cidade e de seu estilo, no filme ao final do post.

Destaque especial para a Juderia (bairro Judeu), com suas ruas estreitas, que tinham como função principal dificultar o acesso de inimigos, principalmente de cavalos, principal arma de ataque da época.

Ver Sevilha escurecer nesta época do ano significa aguardar até as 22 horas. O melhor lugar é às margens do canal Alfonso XIII, onde o por do sol é livre de obstáculos. Nas fotos abaixo, a diferença é de 30 minutos, entre as 21h30min e 22 horas, quando finalmente, a noite chega nessa época do ano. Andar pela orla urbanizada do canal é perfeitamente seguro.

Onde parar seu Motorcasa(MH), trailer ou barraca? – Em Sevilha identificamos o camping Villsom distante 15kms do centro. Coordenadas lat 37.277606° long  -5.936726°. A diária para um casal, motorcasa e energia saiu por €29,00/R$110,20, valores de maio/2017, baixa temporada.

Muito arborizado, com piscina, restaurante, pequeno mercado, máquina de lavar e secar roupa. O Wifi fraco e precisa ser renovado a cada 20 minutos na alta temporada. Chuveiros suficientes, com água quente. Banheiros limpos. A energia pode ser cortada após a meia noite. Portanto, tenha suas baterias carregadas. Não possui site operacional e a página do Facebook não oferece muitas informações.
Parada de “autobus” próxima, direto para o centro de Sevilha. A equipe de atendimento é muito solicita e ajuda nas indicações turísticas.

Veja no pequeno filme a seguir um pouco mais de Sevilha em movimento.

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As coordenadas de todos os monumentos e lugares que visitamos na cidade pode ser visto através deste arquivo.kmz, para abrir no Google Earth que, aliás, oferece uma visão em 3D de toda a cidade de Sevilha, que muito nos impressionou pela fidelidade. Convido vocês a passear pelas ruas de Sevilha usando essa incrível ferramenta. Se ainda não tem instalada, baixe aqui.