maio/2017 – Nossa investida pela Espanha foi maravilhosa. Muito embora nosso foco estivesse apontando para Portugal, onde vamos fixar residência em alguns anos, a economia no valor das passagens nos levou a pousar em Madrid, ao invés de Lisboa.
O fato de Portugal estar na moda e as muitas campanhas para importar imigrantes que tragam receita, sejam aposentados, empresários com recursos próprios e o incentivo ao turismo vem inflacionando os preços de passagens e a hotelaria.
Para se ter uma ideia, a passagem Rio x Lisboa, ida e volta sairia por R$8.650,00 para 2 pessoas. Já Rio x Madrid saiu por R$ 4.335,00 em 10x sem juros. Essa diferença foi o impulso que faltava para incluir a Espanha em nosso roteiro.
Nossas hospedagens na Espanha foram feitas por um mix de opções, sempre focando na melhor combinação preço e conforto. De acordo com o roteiro planejado, nossas hospedagens ficaram assim:
Cidade | Buscador | Hotel – Casa | Noites | Valor em Reais |
Toledo | Expedia.com.br | Hotel Santa Isabel | 3 | 630,80 |
Sevilha | Airbnb.com.br | Apartamento completo em Andaluzia | 3 | 668,00 |
Granada | Booking.com | Pensão La Milagrosa | 2 | 342,00 |
A média das diárias foi de R$ 205,00 para o casal. As avaliações de cada hospedagem deixamos para fazer junto aos relatos de cada cidade visitada. De uma forma geral, ficamos satisfeitos com o serviço recebido.
Alfândega – sem qualquer anotação a fazer. Somente apresentamos nossos documentos (passaporte e passagem de retorno). Toda a papelada que preparamos, estimulados pelas regras em vigor e por depoimentos de terceiros não foi necessária. Foram eles:
- Faturas de cartão de crédito para comprovar limite de crédito superior a €4.000,00.
- Receita médica para garantir a entrada dos medicamentos de uso pessoal, suficientes para toda a viagem (são muitos na nossa idade ).
- Euros em espécie (mínimo de €2.000,00 = R$8.000,00) para o total da estadia.
- Comprovação de reserva para todas as hospedagens pretendidas.
- Seguro saúde com limites específicos para cada tipo de cobertura.
Isso não quer dizer que você deva deixar de ter todos estes papéis em mãos, mas a expectativa gerada com toda a demanda foi “tensa”.
Bagagem – viajamos leve. Optamos por 2 malas de bordo, dentro das especificações das empresas aéreas (55cmx35cmx25cm – altura x largura x espessura com até 10kg) mais nossas mochilas pessoais. Como nossas hospedagens seriam em apartamentos com máquina de lavar roupa, foi possível levar poucas mudas de roupa, para os 25 dias de viagem. E viajar leve contribui para uma boa dinâmica de embarque e desembarque, seja em aviões, trens ou ônibus.
O País – ficamos muito bem impressionados com a Espanha. A organização, a limpeza, a estrutura voltada ao turista, o cuidado e a preservação dos prédios históricos, a beleza presente nos jardins, parques e na decoração das ruas nos surpreenderam. Até este momento, não tínhamos parâmetros de comparação com Portugal, mas posso antecipar aqui que a Espanha está muito mais bem cuidada que seu vizinho.
Os Transportes – já era esperado encontrar as facilidades relatadas pelos viajantes que circulam pela Europa. O metrô, os ônibus, sejam locais ou intermunicipais e os trens de médio e longo alcance funcionam muito bem, ao ponto de não termos sentido qualquer necessidade de alugar um carro. A organização e a grande oferta de linhas e horários permite ao turista uma completa liberdade de deslocamento.
Segurança – plena, seja de dia ou de noite. Nos deslocamos pelas cidades com toda a tranquilidade. O tema violência urbana, quando invocado, foi para tratar dos atentados terroristas ocorridos na Inglaterra. Pela TV local, tomamos conhecimento de um assalto a banco em Madrid, onde a polícia conseguiu frustrar e prender os envolvidos. Nenhuma anotação relativa à segurança nas ruas e nos transportes.
Telefonia e Internet – assim que chegamos em nossa primeira parada (Toledo), compramos um chip de telefonia móvel com internet da Movistar, por €20,00, sendo €10,00 pelo chip e €10,00 pelo tráfego de 2 GB de dados, já que a franquia de telefonia nem seria usada. Isso foi o suficiente para usar o Google Maps e o WhatsApp nas nossas movimentações pelos 10 dias em que ficamos no país. Os downloads e uploads de imagens, só fazíamos embaixo das redes sem fio dos hotéis e dos apartamentos que alugamos.
A Língua Espanhola – como era de se esperar, nossa capacidade de entender a língua espanhola é muito superior a deles em entender o nosso português. Ou será má vontade mesmo?! A necessidade de se fazer entender com rapidez nos levou, muitas vezes, a falar em Inglês. Aliás, o Inglês é praticamente a segunda língua na Espanha. Todos, sejam garçons, motoristas, profissionais de hotelaria e turismo ou mesmo os locais, falam o inglês com naturalidade.
O clima e geografia – pegamos o final da primavera, com temperaturas na ordem dos 30 a 32 graus. Sem chuva nos 10 dias que aqui ficamos. O anoitecer se dava somente após às 21:30, possibilitando um dia de mais de 11 horas de claridade. As imensas planícies, cortadas pelas estradas e ferrovias, são quase que totalmente, ocupadas por árvores da oliveira. Aliás, o sabor da azeitona que comemos em toda a Espanha é único e sem qualquer comparação com o que temos por aqui. Ao pedir uma cerveja, você receberá em forma de brinde uma porção dessas deliciosas olivas. Mais sobre o clima mediterrâneo aqui.
O povo – frio e distante contudo, educado e cortês, incluindo aí os profissionais do turismo. Nada além do básico e do mínimo necessário, durante os contatos ou trocas de informação. Não que tenhamos tido dificuldades especiais, mas percebemos alguma falta de paciência com o visitante. A automação eliminou muitos postos de informação, dificultando o uso dos transportes.
Estatísticas – Procuramos colecionar todas as despesas relacionadas com a viagem, planilhar e tentar tirar algumas conclusões. Foram elas:
Passagens aéreas – Como dissemos acima, a opção de entrar por Madrid foi a economia. A passagem para Lisboa estava 100% mais cara. Com isso, incluímos mais um país (Espanha) em nosso projeto original, que seria somente Portugal. A passagem Porto x Madrid para retorno ao Brasil foi decidida em razão do tempo. De trem, gastaríamos 11 horas, contra 1h40m de voo.
Hospedagens – Optamos por fechar nossa hospedagem pelos buscadores. AirBnb, Expedia e Booking. Fomos muito felizes. Todas as reservas estavam OK, sejam as pagas com antecedência ou as pagas no local. No caso do AirBnb, pechinchamos diretamente com o locador, dentro da estrutura da plataforma e sempre conseguimos bons descontos. As hospedagens feitas pelo Booking e Expedia estavam todas em promoção.
Passagens, ingressos e restaurantes – Aqui estão as despesas com passagens de trem, ônibus, metrô, taxi, restaurantes, mercado e os ingressos nos atrativos que pagamos com os cartões. Parte dos gastos com essa rubrica foram realizados em espécie.
Locação de carro e moto – não há porque gastar seu dinheiro alugando carro. Quase tudo você pode fazer a pé, e deve. É muito mais simples e sem as complicações de estacionamento, principalmente nos centros históricos. Na Espanha só alugamos um carro elétrico em Alhambra, por conta do único dia de chuva que pegamos na viagem.
Médias calculadas
- O gasto diário do casal com hospedagem (22 diárias) ficou na ordem de R$205,00. Consideramos muito, muito bom este valor.
- Foram gastos R$8125,00 reais em espécie, entrando aí de tudo um pouco (pequenas compras, entradas, ingressos, taxi, ônibus, metrô, trem, restaurante, mercado, farmácia, telefonia, … resultando numa média diária do casal de R$325,00. Em alguns dias, nos pareceu que o gasto em espécie estava alto, mas o cálculo final mostrou um valor aceitável.
- Para conhecer 2 países e 13 cidades da Europa em 25 dias, fechamos o orçamento total acima. Considerar que muitas despesas foram parceladas, sem juros (passagens aéreas e hospedagem).
O roteiro escolhido – como Toledo tem muito mais apelo turístico que Madrid, resolvemos fixar a primeira base ali e conhecer Madrid usando o transporte ferroviário em 20 minutos (€12,90). De Toledo seguimos para a linda Sevilha de trem (€80,50), nossa segunda base. Para Granada, nossa terceira base, fomos também de trem (€30,15). Os relatos de nossa visita em cada uma das cidades pode ser visto aqui.
Surpresa ruim – encontramos uma Espanha fumante em larga escala. Idosos, jovens e adolescentes, homens ou mulheres. Muita gente fumando por todo o lado. Confessamos que não esperávamos essa realidade. Aproveitar o lado de fora de um restaurante para ter o privilégio de uma bela vista, é sinônimo de muita fumaça e incômodo. Não vimos campanhas contra o fumo, exceto no verso dos maços de cigarro, que são vendidos em qualquer lugar. Uma pena ver o velho continente preso a um péssimo hábito, já tão banido por aqui (Brasil). A limpeza das ruas e praças, que sempre impressiona bem ao turista, só é maculada pelas poças de guimbas de cigarro. Lançar a guimba no chão, ao invés de usar o cinzeiro ao lado parece um problema crônico do fumante, mesmo nascido num país onde a educação é direito básico garantido.
Surpresa boa – não vimos mendigos e, quando raros, se limitavam a declarar seu pedido numa placa. A abordagem direta aos pedestres nos parece ser proibida.
Surpresa boa 2 – o reembolso dos impostos pagos na compra de produtos, tanto na Espanha como em Portugal, foi realizado em menos de 20 minutos, no aeroporto de Madrid. Recuperamos mais de €200,00. Lembre-se sempre de pedir a documentação para reembolso do IVA ao lojista, quando a compra for superior a €60,00. É necessário estar com seu passaporte.