junho/2017 – Lisboa está tão na moda, que já se tornou o novo sonho da classe média brasileira. Daí se dizer que, “nos sentimos em casa”, seja pela língua comum, seja pela presença maciça de turistas e residentes brasileiros.
Não viemos direto do Brasil para cá. Os custos aéreos estavam absurdos. Decidimos pousar em Madrid-ES, economizando mais de R$4000,00. Com essa economia, passamos ótimos 10 dias passeando pela Espanha.
Mas aqui estamos, na terra de nossos patrícios queridos e é dela que vamos falar a partir de agora, iniciando por Lisboa.
Saímos de ônibus (ALSA €76,00/R$288,00) de Granada na Espanha, direto para Lisboa. De trem levaríamos o dobro do tempo, por conta de uma conexão obrigatória em Sevilha. A viagem levou 8 horas, durante a noite, em ônibus bem confortável.
Em Lisboa, ficamos hospedados num apartamento completo garimpado no AirBnB, bem localizado no bairro Alto, centro da cidade. Pagamos por 10 noites €426,00/R$1.620,00, numa média diária de R$162,00 o casal. Muito bom, não fosse estar plantado no centro nervoso da vida boêmia. A cada 50 metros um barzinho lotado, com música própria e ativo noite adentro.
Nossa sorte foi que o apartamento contava com janelas acústicas e nosso quarto protegido nos fundos do imóvel. Somos turistas que priorizam o dia, portando, noites mal dormidas teriam impacto direto na qualidade de nossa visita. Veja a posição no mapa ao final do artigo.
Elevador da Glória – Já pegamos nosso primeiro elevador (bondinho), subindo da parte baixa para a parte alta, onde fica nosso apartamento. É de fato muito agradável subir de bondinho, mas acaba doendo no bolso, já que não serão poucas vezes. Nada como um bom exercício bem justificado. O ticket com direito a 2 viagens sai por €3,70/R$15,00.
Mercado da Ribeira – nossa primeira investida em Lisboa. Muito recomendado, fomos combater a fome que já era bem representativa. O prédio do mercado fica em frente ao Cais do Sodré. Sua construção é do fim dos anos 1800. Hoje está dividido em 2 partes, o Mercado Tradicional, onde estão expostos os produtos “in natura” (frutas, hortaliças, legumes, peixes…) e o TimeOut Market, onde você pode beber e comer de tudo um pouco, sem frescuras ou regras. Basta escolher a comida aqui, a bebida ali e achar uma mesa para sentar. No estilo praça de alimentação, a dinâmica de funcionamento é perfeita, alegre e sem atropelos. Tudo muito gostoso. Lembrou um pouco o Mercado San Miguel de Madrid, mas ainda falta bastante para chegar lá.
Bater perna por Lisboa é muito agradável. A grande Praça do Comércio é o ponto de encontro de todos os turistas de passagem pela cidade. Dali saem os ônibus, bondes e articulados que fazem o City Tour pelas diversas rotas turísticas.
Nós começamos pelo passeio de bondinho (o famoso elétrico), que circula pelo centro histórico, o Hills Tramcar Tour €20,00/R$76,00. Uma forma bem romântica de vivenciar a parte velha da cidade. Da simplicidade e tradição dos bairros de Alfama, Castelo e Alto, para a sofisticação do bairro da Lapa, passando pelo Castelo de St. George e Catedral de Lisboa.
Algumas curiosidades vão cruzando seu caminho, como o prédio mais fino do mundo (assim o dizem), uma loja comemorativa das famosas Sardinhas Portuguesas (boa opção para lembranças) e bancas de cereja por todo lado, para deleite da Gleidys.
O pastel de nata – diz a história (final do século XVII) que o pastel de nata era produzido nos conventos e mosteiros, como forma de aproveitar as sobras das claras dos ovos utilizados na engomagem de roupas e no processo de produção do vinho.
Com a expulsão das ordens religiosas durante a Revolução Liberal de 1820, a receita do pastel de nata saiu dos conventos e tomou a história da doceria Portuguesa.
É mandatório experimentá-los, polvilhados com canela e açúcar diretos da fornada.
No filme, ao fim deste artigo sobre Lisboa, fizemos um pequeno trecho dos doceiros preparando essas delícias.
É na rua Augusta (rua de comércio, exclusiva para pedestres), que você pode escolher entre muitos restaurantes para almoçar ou jantar. Nós resolvemos experimentar a Casa Brasileira. Os atendentes eram marroquinos, falavam mais entre si que com os clientes. Vimos pessoas reclamando da demora e da comida fria, mas não foi nosso caso. Tudo correu muito bem.
À noite pegamos o metrô e fomos fazer compras na Decathlon de Lisboa. Muito indicada pela variedade e pelos bons preços. Nós focamos nos tênis e no vestuário esportivo (segunda pele, shorts, meias, camisetas UV,…)
Dica – Pergunte se pode pagar já com o valor convertido para reais. Nós conseguimos. Isso evita surpresas de câmbio na hora de pagar sua fatura de cartão de crédito. Não se esqueça de pedir a documentação para reembolso do IVA quando deixar a Europa.
Dica 2 – Cosméticos em conta, a Gleidys encontrou na Douglas Perfumaria, na Av. D.João II, 46, perto do Oceanário. Aqui também vale a dica para pegar a documentação para reembolso do IVA. É só pedir.
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Oceanário e Florestas Submersas – Imperdível. Ao que se sabe, o oceanário inaugurado no Porto do Rio de Janeiro tem muita inspiração neste de Lisboa. O ingresso para visitação do aquário e do incrível projeto do artista e fotógrafo da natureza Takashi Amano (morto em 2015) saiu por €18,00/R$69,00. Vamos ver os dois ambientes a seguir:
O Oceanário apresenta aos visitantes os quatro oceanos do planeta. É um dos maiores da Europa, com 8000 organismos de cerca de 500 espécies diferentes. A ideia presente em cada espaço é a de transmitir conhecimento sobre a vida marinha e sensibilizar para a conservação da natureza, através da mudança comportamental.
As Florestas Submersas são um destaque à parte. Takashi Amano viajou pelas florestas do mundo, retratando a harmonia da natureza intocada. Introduziu técnicas de jardinagem japonesa no design de aquários plantados. Através da recriação de florestas tropicais, o artista leva o visitante a viver uma experiência única.
A interpretação artística destes mágicos e misteriosos ecossistemas oferece uma experiência de contemplação e relaxamento, motivando a descobrir a natureza esculpida pelo tempo, envelhecida de forma natural, como se mais de 100 anos tivessem passado. “… a vida na terra depende do grande equilíbrio entre as florestas e os oceanos. A sua proteção garante a nossa existência …”
Os números que formam este grande aquário impressionam. Foram 160 mil litros de água num aquário em forma de “U”, com 40 metros de comprimento, 2m5 m de largura e 1,45m de altura. 4 toneladas de areia, 25 toneladas de rocha vulcânica dos açores, 78 troncos de árvores da Escócia e da Malásia, 10 mil peixes tropicais de água doce de 40 espécies e 46 espécies de plantas aquáticas. Veja neste filme o “making off” da construção desta obra.
Igrejas e lindos interiores – Não são poucas as igrejas e monumentos que merecem atenção. Seus interiores são impressionantes, e nem sempre possíveis de registrar. Aí vão alguns que separamos.
Bater perna pelo bairro do Chiado em Lisboa é dar-se ao prazer de encontrar a mais antiga livraria do mundo ainda em operação, a Bertrand Bookshop, fundada em 1732, descobrir que ainda se coleciona e se vende selo e esbarrar na famosa feira de chão, a Feira da Ladra, no Campo de Santa Clara, ao lado do Panteão Nacional e da Igreja São Vicente de Fora.
Feira da Ladra – a história por trás dessa feira de chão é curiosa. Diz-se por lá, que as serviçais dos nobres, se viam forçadas a realizar pequenos furtos, para compensar os atrasos nos pagamentos de seus salários. Estes objetos, então, eram comercializados nessa feira. Daí o nome “feira da ladra”.
Ela existe desde o século XIII, rodando pela cidade, fixando-se até o momento, no Campo de Santa Clara. Aqui se vende de tudo. Tranqueiras, aparelhos quebrados ou não, antiguidades, roupas usadas e novas, novidades, etc.… Funciona, regularmente, às terças e sábados. Os ladrilhos fazem muito sucesso por aqui. Compramos uma mala usada para levar as compras que fomos fazendo no decorrer da viagem. Parecia em boas condições, mas não aguentou o tranco.
Mercado de Campo de Ourique – Parece até que somos caçadores de mercados. Nos sentimos magnetizados pela expectativa de encontrar quase de tudo num mesmo lugar, além de boa comida e bebida. O Mercado de Campo de Ourique está instalado num prédio histórico, que foi totalmente revitalizado, devolvendo ao bairro sua tradição de descontração e boa comida portuguesa. Nós petiscamos no Alhos e Bugalhos e depois pedimos uma pasta no Italiano Pasta House. A Itália também está por aqui. Tomar bons vinhos e comer ótimos queijos são prazeres para o bolso e o paladar.
Onde parar seu Motorcasa(MH), trailer ou barraca? – Em Lisboa nós sugerimos o Camping Lisboa e Bungalows. Fica bem próximo da Torre de Belém (2,2kms) e a 10,5kms da Praça do Comércio. São mais de 400 vagas para estacionar seu MH, sendo que 170 delas em área sombreada, todas com luz, água e saída para águas servidas. Instalado dentro de um lindo parque com mais de 380mil m². Funciona o ano inteiro. A área destinada às barracas é quase que infinita.
Ainda oferece 8 blocos de sanitários, com água quente e facilidades para deficientes. Uma grande piscina para adultos e outra para os pequenos. Mini mercado, bar, restaurante, parque infantil, quadras de tênis e futebol de salão, aluguel de bicicletas simples e elétricas. Para quem não quer acampar, ainda conta com 70 bungalows para locação. Wifi grátis nas áreas mais próximas da área social.
A diária para um casal, motorcasa e energia saiu por €31,90/R$121,00, valores de junho/2017, considerado média temporada. As coordenadas são lat 38.701688°e long -9.226256°
Veja no pequeno filme a seguir um pouco mais de Lisboa em movimento.
Não deixe de ler nossas impressões sobre Portugal e as estatísticas da viagem, para ter uma ideia mais ampla do planejamento e dos gastos. Clique aqui.
Adoramos conhecer os mesmos lugares que visitamos pelos olhos de outros viajantes. Assim percebemos detalhes que escaparam aos nossos sentidos. O Edson, a Viviane e a Olívia nos contam de forma alegre e bem detalhada como viram Lisboa, no blog Ligado em Viagem e sugerem um roteiro muito legal de 3 dias pela cidade de Lisboa.
A Cynara, a Juliana e a Mariana editam o blog Cantinho de Ná. Elas dão ótimas dicas de como visitar 3 cidades fazendo um bate volta partindo de Lisboa. Tudo de bom.
A Vivian editora do blog VivaViaje faz uma sugestão espetacular de onde ficar. Que tal o Yes Lisboa Hostel? Veja tudo em detalhes.
O Edson, editor do blog Ligado em Viagem, mostra uma Lisboa visitada por um casal com filha. É um estilo de viagem diferente do nosso e que pode lhe interessar muito. Leia o artigo Lisboa, Portugal por Ligado em Viagem.
As coordenadas de todos os monumentos e lugares que visitamos na cidade podem ser vistas através deste arquivo.kmz, para abrir no Google Earth que, aliás, oferece uma visão em 3D de toda a cidade de Lisboa, que muito nos impressionou pela fidelidade. Convido vocês a passear pelas ruas de Lisboa e por seus monumentos usando essa incrível ferramenta. Se ainda não tem instalada, baixe aqui.
Boa tarde ! Estou pensando em alugar um motorhome em Lisboa e gostaria de saber se é possível parar em qualquer lugar nas ruas, durante o dia e ir para a área de camping somente para pernoite. Obrigada
Olá Paula,
O difícil é achar lugar para parar em Lisboa, mas não há qq proibição, desde que vc pague pelas vagas que vai ocupar. Um MH, normalmente ocupa 2 espaços. É claro que não pode abrir toldo ou colocar qq equipamento para fora, ou deixar vazar qq líquido.
Bom passeio.