Nosso querido Fredy fez questão de abrir o artigo do dia com uma homenagem aos seus amigos de quatro patas.
Os gatos merecem mais atenção, dedicação, carinho e respeito por parte do homem, como forma de tentar resgatar um passado de perseguições.
Muitas superstições, ainda hoje em dia, invocam poderes malignos para nossos amigos felinos, em especial para com os gatos pretos.
Observe-se a contradição quando uma criança se desfaz em gentileza ao ver um gatinho enquanto, em paralelo, aprende a cantiga infantil “Atirei o pau no gato…”.
─ Você já se perguntou por que o gato é tão arisco no primeiro contato com o homem?
Os motivos vem de muito longe, algo em torno de milênios e milênios de perseguições violentas. Nesses 13.000 anos de convivência, o gato já passou de deus a demônio muitas vezes.
Em matéria recente, a revista Super Interessante trouxe muitas informações sobre a origem do nosso Felis Catus (gato doméstico).
Vale muito a leitura. Um dos aspectos que mais nos chamou a atenção, e que faz parte do dia a dia de quem divide espaço com esses felinos é o de que, mesmo após todos esses anos, o gato ainda mantém seu lado selvagem.
Enquanto os cachorros tem 41 genes ligados à domesticação, o gato conta com somente 13, o que os leva a se comportar de forma bem parecida com seus ancestrais selvagens.
Outra curiosidade bem destacada no artigo, fala sobre como o gato selvagem deixou seu ambiente natural e se aproximou do homem.
Quando o homem, mais de 11 mil anos atrás, começou a viver o sonho da casa combinada com a agricultura, iniciou a aglomeração urbana e junto com ela a produção e armazenamento de alimentos, além da larga produção de lixo. Isso interessou em muito os roedores. Atrás deles vieram os felinos selvagens (Felis Silvestris), dando origem ao famoso e eterno jogo do gato e rato.
Esse serviço inestimável aproximou as partes (homem e gato). Aqueles mais sociáveis conseguiram a atenção dos humanos e por consequência, mais alimentos, como forma de mantê-los por perto.
Essa aproximação resultou numa curiosa seleção natural. Os mais sociáveis comiam mais e reproduziam mais também. Com isso, os mais arredios foram cedendo lugar a estes mais dóceis e em alguns milhares de anos, deram origem ao gato doméstico.
Mas, voltando à pergunta do início.
─ Por que o gato é tão arisco no primeiro contato com o homem? principalmente o gato de rua?
O artigo trás com detalhes as atrocidades que o homem impôs a estes animais no decorrer da história. Todos esses séculos de perseguição devem estar profundamente registrados no DNA destes animais.
São muitos os episódios descritos no artigo. Dentre eles, selecionamos o caso de uma descoberta arqueológica de 1888 no Egito, onde foram encontrados milhares de gatos enterrados juntos. Era uma prática, no Egito de 3 mil anos atrás, mumificar e enterrar gatos em sarcófagos como sinal de amor e veneração.
Por volta de 600a.C., a adoração religiosa passou a representar uma deusa com a cabeça de um gato, ao invés do tradicional leão. Pronto, estava iniciada mais uma vez a matança dos gatinhos. Em um único templo foram encontradas 300 mil múmias felinas.
E imaginem porque?? Era mais barato mumificar gatos do que produzir estátuas de bronze, típicas oferendas da nobreza da época.
Um detalhe na pintura da Última Ceia, feita por Domenico Ghirlandaio (por volta de 1470), derrubou mais uma vez a imagem do gato. Percebam que na segunda versão, Domenico incluiu o gato próximo a Judas, para caracterizar a traição, o engano, a falsidade. Ser gato virou uma maldição.
Em 1233 o papa Gregório 9º fez a triste associação do gato a Satã. Por consequência, milhões de animais foram torturados e queimados na fogueira, junto com centenas de milhares de mulheres acusadas de bruxaria. O objetivo era eliminar os cultos pagãos que ainda existiam, e também seria uma reação ao islamismo, que amava os gatos.
Esses séculos de perseguição fixaram na mente humana alguns preconceitos para com os gatos, mesmo que de forma não consciente. Ainda há quem se assuste com um gato preto cruzando a sua frente. Imaginemos então o pavor que está tatuado nas informações genéticas destes felinos??
Nosso Fredy é um gato muito sociável, gosta de viajar e conhecer novos ambientes. Ele é receptivo ao contato com pessoas estranhas ao seu dia a dia, diferente da maioria dos gatos. Entretanto, verificamos que com algumas em especial, ele demonstra o tal “pavor” citado acima. Mesmo que distante, o Fredy mostra todos os sintomas de medo profundo e corre para a segurança de sua casa, mantendo aquela pessoa sob seu estrito controle visual, até que perceba que o perigo se foi. Ele vê, percebe ou sente vibrações e energias carregadas muito negativamente, e que representam risco sério para sua integridade. E essa reação se repete com a mesma precisão, tantas vezes quantas ocorrerem.
“O gato exige que o aceitemos em seus próprios termos, diferente dos cães” (John Bradshaw, especialista em comportamento animal, autor do livro Cat Sense), ao invés do que muitos pensam ser teimosia. Acredita-se que o processo de domesticação do gato ainda não se completou. Ao observar seu gato, você vai perceber seus momentos de interação carinhosa e, principalmente à noite (visão 40% superior à humana), o aparecimento de seus mais básicos instintos selvagens e talentos de caçador. Para o gato doméstico, o apartamento ou casa, é sua floresta particular.
Dados estatísticos:
- Gasto médio mensal de um gato R$121,00, contra R$271,00 do cão.
- Eficiência na caça: Gatos 33%, Tigre 5%, Leão (18% sozinho, 30% em bando)
- Presença nos lares do mundo (2013):