agosto/2011 – Faz muito que procurava ajustar data, parceiro e clima, para subir ao cume do Dedo de Deus. Este mês, conjugando minhas férias com o clima de inverno, consegui agendar com o amigo e guia Flávio Leone, uma semana de janela ideal.
A quinta-feira amanheceu perfeita. Com tudo pronto, saímos para Teresópolis as 06:30. Perdemos tempo na subida da serra por conta das obras, mas nada substancial.
Paramos o carro no Restaurante Paraíso e tivemos esta vista do Dedo. Descemos a pista até a entrada da trilha. Marcamos no relógio 8:40hs. Como já sabia, a trilha até a base é bem puxada. Com um bom ritmo, chegamos a Toca da Cuíca em 50 minutos.
Olhando mais uma vez nosso objetivo, iniciamos a subida pelos cabos de aço. Exigindo muito das mãos e dos braços, fomos intercalando os trechos em cabo com pequenas trilhas e trepa pedras, até chegarmos as chaminés. Decidimos fazer a subida pela via Leste e descer pelo Teixeira.
Algumas chaminés são vencidas facilmente, outras exigem muita força e contorcionismos tais, que podem deixar o despreparado entalado e com dores musculares. Ótimas para se fazer em tempo seco. Toda aquela deposição de fezes de pássaros combinada com chuva deve ser muito desagradável.
Quanto mais se sobe, mais uma chaminé aparece. Os trechos de escalada são na verdade um alívio, por permitir alongar o corpo.
Chegamos ao cume as 13:50hs. Considerado um bom tempo, incluindo uma parada para lanche. Descansamos meia hora, lanchamos, fotografamos, assinamos o livro do cume, apreciamos a linda vista de um dia especial e iniciamos a descida.
A volta, feita em 7 rapéis (corda de 50m), cabos de aço e a trilha até a pista de asfalto marcou a hora final de 17:40hs. Tempo total de 9 horas de incursão.
Considerações:
Não basta estar em boas condições físicas. É necessário ter se preparado especificamente para o projeto, incluindo exercícios de trilha pesada, com carga, muitas vezes. Trabalho específico de braço e antebraço, para passar bem pelos cabos de aço, sem ficar com seus dedos aparentando ter vida própria (resolvem se fechar sem seu comando). Atenção especial aos joelhos na trilha de descida. Um bastão de caminhada ajuda muito nesta hora. Alongamento antes de cada chaminé e um Dorflex quando chegar em casa, após o banho quente.
Levar luvas para não esfolar os dedos nos cabos, lanterna para as chaminés, lanche rápido e 2 litros d´água. Joelheira para quem prefere usar os joelhos em chaminé. Uma corda de 60 metros.
Foi uma experiência enriquecedora e tranquila, a despeito do esforço físico. O amigo Flávio Leone contribuiu com todo o seu conhecimento e técnica, para que todos os obstáculos fossem superados com segurança. Fica aí, mais uma vez, meu agradecimento.
Aproveito para sugerir um vídeo feito em 06/07/2013 pelo Deyvisson Bastos, pilotando um Drone enquanto subia o Dedo de Deus, pela mesma via que eu. Excelente trabalho. Traduz com precisão o ambiente e a emoção de estar ali.
Até o próximo cume.
Ahh o parque da serra dos órgãos é sensacional mesmo. Uma sas melhores trilhas que já fiz!
Pena que não consegui ir no dedo de Deus quabdo fiz a travessia.. foi frustrante! Haha! Mas ainda pretendo voltar! Me animei lendo seu post 🙂
Inesquecível e necessário. Boa escalada. Abs e obg pela visita