Finalmente, o governo, através do Ministério do Turismo, incluiu o CARAVANISMO em seus projetos no país.
Melhor seria se olhasse para o CAMPISMO, atividade maior, que tem o Caravanismo, como uma de suas expressões. Mas já é motivo de comemoração.
Desenvolver políticas para estruturar áreas de apoio aos turistas nas rodovias e incentivar o caravanismo no país. Este é o objetivo de um Grupo de Trabalho (GT) oficializado na última segunda-feira (14.06) pelo Ministério do Turismo para a promoção do segmento no Brasil. Criado no âmbito do Fórum de Mobilidade e Conectividade Turística (MOB-Tur), o GT discutirá entre outros assuntos, tributação, legislações, desenvolvimento econômico local, além do mapeamento de pontos turísticos que possuem áreas de apoio a estes viajantes.
Preocupa não haver a participação das Associações, Grupos e Entidades ligadas ao Campismo nesse GT. Planejamento feito atrás de mesas, quase sempre baseados nas experiências do exterior, vai produzir soluções exóticas e não práticas. Décadas e décadas de experiência e luta pelo fomento do campismo e do caravanismo estão acumuladas em símbolos como o MACAMP (maior portal de campismo da América do Sul). As associações de fabricantes e campistas estão plenas de demandas que buscam apoio do governo. Basta ouvi-los.
Decisões de gabinete e burocratas podem produzir tragédias como a que fechou todas as fábricas de Veículos de Recreação nos idos de 1997. Naquela época traduzimos parte da legislação de trânsito americana sem interpretar seu impacto.
Mas vamos ao que foi divulgado pelo MTur.
O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, destacou a importância da iniciativa para estruturar, atrair e atender aos viajantes do segmento, que deve crescer no cenário pós-pandemia. “Teremos um novo perfil de turista após a pandemia e ele vai querer muito mais aproveitar os destinos de natureza e próximos à sua casa. Para isso, precisamos estruturar estes pontos de apoio e proporcionar aos turistas maior comodidade e segurança. Com isso, poderemos gerar maior renda e empregos para as cidades que irão fazer parte dessas rotas, desenvolvendo ainda mais o turismo no país”, disse.
O grupo terá duração de 180 dias e será formado por cinco servidores do Ministério do Turismo, por sua vez, coordenados pelo Coordenador-Geral de Mobilidade e Conectividade Turística, do Departamento de Ordenamento, Parcerias e Concessões, Higor Guerra. Uma das primeiras ações do GT será identificar quais áreas dentro do governo federal poderão atender às exigências identificadas pelo Ministério do Turismo, que envolvem desde concessões de rodovias a criação de linhas de crédito para a aquisição de veículos para a prática de caravanismo. A intenção, ainda, é que seja apresentada as ações que serão realizadas por cada área do MTur e que possa se fazer um estudo da atividade, observando o seu impacto no mercado turístico do país.
180 dias nos parece um tempo muito curto para resultados abrangentes. Num país continental como o nosso, difícil será diagnosticar e identificar soluções num prazo tão pequeno. Mas há que se comemorar. Como diz aquela máxima “nunca antes na história desse país” se deu atenção a esse segmento do turismo. Que não esqueçam do nosso nordeste, objeto dos sonhos de viagem de 9 entre 10 campistas e caravanistas.
Vamos acompanhar.