FoMO pode ser traduzido como um sentimento de apreensão de que você não está a par ou está perdendo alguma informação, evento, experiência, fato que está acontecendo no âmbito das redes sociais. O medo de não conseguir acompanhar tudo que é relevante (ao menos para si), compelindo a pessoa a manter-se conectada às redes sociais. Já é visto como uma síndrome de nossos tempos.
Também é visto pelo pessoal de marketing digital como um “fenômeno psicológico que descreve o medo ou a ansiedade de perder algo interessante, divertido ou valioso que outros estão experimentando“. No ambiente profissional, estar desatualizado sobre uma nova tendência ou ferramenta de trabalho (veja os impactos da IA), pode significar a perda de um posto de trabalho ou de uma promoção.
FoBO, “Fear of Being Offline“
A variação mais recente é o FoBO, “Fear of Being Offline“, que representa o “medo de ficar desconectado”. Aquela pessoa que vai para algum lugar, onde a disponibilidade de um link com a internet pode ser um problema. Melhor então não ir. Essa apreensão já tem feito algumas vítimas e os terapeutas mais antenados estão enxergando mais uma síndrome a ser tratada.
O medo de ficar por fora é caracterizado como uma ansiedade que exige um ritual de checagem e rechecagem constante através dos aplicativos das redes sociais. Se consegue checar, atende ao impulso e sacia, temporariamente, aquela necessidade. Mas, se por algum motivo, não consegue, como estar dirigindo, ou dentro de um teatro/cinema ou a rede de dados ficar indisponível, pode se transformar em irritação, nervosismo ou frustração.
“O recebimento de uma notificação é um convite para a checagem. A pessoa, principalmente quando recebe uma notificação, fica olhando para a tela por medo de perder informações que considera importantes”, explica a médica psiquiatra Julia Khoury, mestre e doutora em Medicina Molecular pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Para a comunidade caravanista (aquele que viaja levando sua casa sobre rodas), que está sempre em deslocamento fazendo uso de navegadores GPS, as constantes notificações de whatsapp, grupos de discussão, redes sociais, são uma distração para quem precisa estar bastante concentrado na tarefa de conduzir seu motorhome, seu trailer ou seu veículo de recreação. Muitos acidentes tem origem na angústia de ver o que está sendo notificado no exato momento de sua chegada. Ter o controle sobre essa ansiedade pode evitar acidentes, cada vez mais comuns nas estradas do mundo.
Decisões recentes proíbem os alunos do ensino médio de levar ou manter ligados seus celulares nas salas de aula. Foi ampliada para fora da sala e até nos horários de recreio. O decreto foi baseado no argumento de que o celular e suas constantes notificações reduz o nível de aprendizagem do aluno e consequentemente o seu rendimento e preparo para o mundo profissional, com implicações diretas nas avaliações apuradas em exames. Aí entram também os professores e auxiliares.
JoBO – Joy of Being Out
Na contramão do FoMO e do FoBO, apareceu o JoBO, “Joy of Being Out“. Que é traduzido como “o prazer de viver o presente, de estar fora, desconectado das demandas externas incessantes“. É citado como o antídoto do FoMO. É valorizar o nosso tempo e energia reais. O mercado publicitário vem tocando nesse assunto, veiculando artes que sugerem ao cliente retornar para a velocidade 1x.
Mas será que é assim tão simples se desconectar nesse mundo cada vez mais exigente?
E você? Como se sente em relação a isso? Qual o seu grau de dependência?